27 de fev. de 2009

Bom dia todo mundo e ninguém virtual


O gringo ignorante

O mundo nosso é brincadeira, a ciência parece Ensaio sobre a cegueira de Saramago, a política, O Quixote, pensam que vão fazendo fasanhas heróicas e só continuam enchendo o saco de cada ser vivo (não só humanos), o melhor, Justine de Sade, so ficam #@~*#!! nas nossas partes macias sem piedade, moral o Deus algum que possa nos ajudar. A educação é Farenheit de Bradbury, as artes são receitas de cocina que misturam tudo.....Va dando muita tristeza, a coisa aqui esta preta, e eu não quero dar uma de culto, sou um gringo ignorante que só consegue rir quando lee os jornais, e sentir que no meio de tanta destruição a gente tein que agir.

Então, o chefe do blog mandou falar acerca do carnaval na minha visão de estrangeiro, e como ele é quem paga, vou fazer. O primeiro que eu gostei é a folga no trabalho, o segundo, as mulheres dançando indecentemente, terceiro, ver os políticos curtindo em lugar de trabalhar, o que significa que o pais, pelo menos por uns dias, avança. Só enche um pouco a população formigando por toda parte, mais o clima de carnaval é bom, mais ainda, é necessário o momento de ócio contrario ao momento sempre crescente da ação útil, como é necessário o sonho à vigília. Sacralizar as festas, estou de acordo com o que Moisés escreveu antes de descer da montanha.

20 de fev. de 2009

receita para amar



Fernanda Pompeu


Ser uma leitora adolescente no final dos anos 60 era uma experiência bem distinta da de hoje. Não havia essa profusão de títulos juvenis. Saltava-se das bruxas, princesas, porquinhos, narizinhos para a literatura de adultos.
Gostei de ler antes de saber. Analfabeta acariciava lombadas dos livros na estante dos meus pais, cobiçando o prazer que teria quando, finalmente, decifrasse as letras, juntasse as palavras e compreendesse as frases.
pelos meus doze anos, eu lia em todas as posições. Deitada, sentada, em pé. Detestava o grupo escolar com seu autoritarismo e suas aulas de religião apregoando que estávamos a um passo do abismo. Tudo o queria era voltar para casa e ler.
Foi por essa época que meu avô postiço, um judeu tcheco que deu nesses costados fugindo dos pogroms nazistas, me apresentou Franz Kafka. Já que você vive lendo, conheça um autor de qualidade.
Entrei no mundo kafkiano pela porta da frente. Meu avô me presenteou com A Metamorfose. Direi um senso comum, mas nem por isso inverídico, Gregor Samsa - o caixeiro-viajante que desperta no corpo de um inseto - inflamou minha imaginação.
Literariamente peguei fogo. Fiz do escritor de Praga um grande companheiro. Na sequência, vieram O Processo, O Castelo, Cartas ao Pai e meu arroubo, um tanto suicida, um tanto redentor, de aventurar-me escritora.

18 de fev. de 2009

A CRISE DE 2008: A RESSUREIÇAO DO



Paul Singer
Folha de S.Paulo 17/02/09

DESDE� a inesquecível Crise de
1929, a presente é a primeira a
ser combatida com políticas
retiradas do arsenal teórico keynesia­
no. Em 1929, quando o estouro da
Bolsa de Wall Street deu início à mais
longa e arrasadora crise da história do
capitalismo, era consenso que os go­
vernos deveriam manter austeras
suas políticas monetária e fiscal, por
temor duma possível inflação, induzi­
da pela recuperação do consumo e da
inversão. O que houve, porém foi uma
deflação infindável que perpetuou a
retração da demanda efetiva, o de­
semprego em massa e o empobreci­
mento da maioria da população.

Diante do desastre, alguns gover­
nos (dos quais o brasileiro e o sueco
foram dos primeirtos) jogaram o con­
senso conservador fora e passaram a
usar o crédito e o orçamento público
para fomentar diretamente o consu­
mo, a inversão e a substituição de im­
portações, tendo em vista incremen­
tar a qualquer custo a atividade eco­
nômica nacional. Estas políticas, mo­
vidas pela coragem do desespero, lo­
graram fazer com que o mundo emer­
gisse duma crise que parecia não ter
fim. Diversos economistas de peso
aprovaram então a nova heterodoxia,
entre os quais John Maynard Keynes,
que depois elaborou uma teoria geral
para demonstrar que as políticas he­
terodoxas eram racionais tanto para
remediar crises financeiras já estou­
radas como para preveni-las.

Nas quatro décadas seguintes, o ar­
senal keynesiano de políticas anti-cí­
clicas foi amplamente aplicado para
impedir que novas crises financeiras
de âmbito mundial pudessem aconte­
cer. Contribuíram para tanto as insti­
tuições criadas na Conferência de
Bretton Woods em 1944, não por aca­
so presidida por Keynes. O estatuto
do Fundo Monetário Internacional o
proibia de socorrer países cujos go­
vernos deixam de controlar a movi­
mentação internacional de capitais e
instaurava a estabilidade cambial,
proibindo que o valor das moedas na­
cionais flutuasse ao sabor da especu­
lação.

Portanto, durante os 40 anos se­
guintes, as políticas anticíclicas key­
nesianas não tiveram emprego. No
fim dos 1970, no entanto, a onda neo-
liberal começou a desmontar os con­
troles multilaterais e nacionais da es­
peculação, liberando-a no plano
mundial. Como seria de se esperar, as
crises financeiras voltaram, com o re­
torno do consenso de que se os gover­
nos se dedicarem ao equilíbrio fiscal,
as crises financeiras seriam passagei­
ras. Mas, isso não se aplicava aos Es­
tados Unidos, cujo banco central tem
como missão tanto combater a infla­
ção como manter a economia nacio­
nal em pleno emprego. O Federal Re­
serve, manipulava a taxa oficial de ju­
ros, elevando-a para forçar o estouro
de bolhas ’excessivas’ e a reduzindo
em seguida para apressar a recupera­
ção da economia e minimizar os efei­
tos da crise.

Desta forma, um certo keynesianis­
mo inconfessado era praticado pela
superpotência capitalista. Agora, com
o estouro de bolhas imobiliárias surge
uma crise tão forte que abala as mais
importantes companhias financeiras
do 1º Mundo e destrói trilhões de dó­
lares de capitais fictícios acumulados
nas Bolsas de Valores. Os principais
governos logo reconhecem que esta
crise não pode mais ser contida ape­
nas pela redução das taxas oficiais de
juros (hoje quase zero) e apelam para
o arsenal keynesiano de políticas de
fomento do consumo, do investimen­
to e do emprego.

Até agora, os pacotes de estímulo
dos governos não têm conseguido im­
pedir que a crise encolha o crédito e
comprima a demanda efetiva, o que
resulta em queda quase universal da
atividade econômica e aumento do
desemprego. Isso confirma o pessi­
mismo dos bancos, que racionam o
crédito e o encarecem, das empresas
que adiam inversões, reduzem a pro­
dução e demitem trabalhadores e dos
consumidores, que restringem seus
gastos, assustados com a ameaça do
desemprego.

A julgar pela única experiência his­
tórica disponível, a da Crise de 1929, o
instrumental keynesiano funciona
desde que os governos o empreguem
com rapidez e intensidade para rever­
ter as expectativas dos agentes econô­
micos. O pânico, que se apossou das
finanças, contaminou a mídia e a opi­
nião pública e até o momento não ce­
deu perante as ações de fomento
anunciadas pelos governos. Estas só
podem alcançar seus objetivos se fo­
rem imitados pelos detentores de
meios próprios para consumir mais
do que o essencial e para investir o di­
nheiro não gasto na ampliação da ca­
pacidade de produção.

Há políticas disponíveis para abre­
viar a presente e prevenir futuras cri­
ses. Quais são elas, porém, é tema pa­
ra um outro artigo.

16 de fev. de 2009

É Carnaval!

Atualizando Tim Maia



Hector Plasma


Certa vez Tim Maia qualificou o Brasil como um país peculiar onde puta goza, cafetão se apaixona, traficante cheira e pobre é de direita.

Infelizmente ele não viveu para perceber outra idiossincrasia à Brasil.

Nessa terra, muitas das Organizações Não Governamentais vivem do dinheiro do governo. Agora com a crise teremos a situação em que muitas verão seus 'parceiros privados' sumirem com o dinheiro (cadê o compromisso com o social?) e dependerem exclusivamente de convênios com o governo.

Sorte daquelas ONG's que ainda têm o governo ao lado, porque as que não têm simplesmente estão fechando.

Everybody was Kung-Fu Fighting



Olmeca de Tlachtli

Saudoso som dos bons anos 70!, de Carl Douglas.

Nada poderia sintetizar melhor o que foi o clássico entre São Paulo x Corinthians.

Jogo pegado, de muuuuuuita marcação e, claro, muito kung-fu.

Let’s get ready to rumble:

Escudero caiu nas graças da fiel mostrando o melhor lado do argentino (??), ou seja, a milonga. Desde o primeiro minuto sua preocupação era de desestabilizar o adversário, mas quem acabou desestabilizado foi o inocente Túlio Holyfield, que além de ter sido inocente e infantil, provou que briga como uma menininha peso pluma.

Depois de cavar um pênalti – muito mal cavado, diga-se de passagem – deixou-se levar pela catimba do zagueirão tricolor, André Dias, e desferiu o famoso golpe lendário de Pai Mei – os cinco pontos de pressão que explodem o coração após cinco passos! –, só que o problema - que poucos conhecem - é que Túlio é completamente míope, e segundo informações de bastidores, estava sem suas lentes de contato gelatinosas de uns 15º em cada olho – no big deal...- e assim desferiu o mortal golpe com os cinco dedos fechados na altura da bacia do André Dias, o que causou uma disenteria imediata no zagueiro, que desabou imediatamente após esse poderoso – covarde – golpe.

Obviamente, após falhar no golpe mortal, nada restou ao bandeira dedo-duro, Ednílson Corona, a não ser expulsar Túlio por deficiência técnica.

O timão ficou com um a menos, igualando o mesmo número de jogadores do tricolor. Sim, igualou pois o André Lima não pode ser considerado profissional.

E o Mano Mano Menezes, após verificar a ruindade do jogo, resolveu colocar o Souza, somente para baixar ainda mais o nível técnico do jogo.

Enquanto Muricy Ramalho resolveu colocar em campo o que tinha de melhor no banco: Hernanes e Borges. Aí, o jogo ficou pegado.

Em belíssima tabela cagada com as pernas do zagueiro do timão, Dagoberto tocou para Hernanes, que enfiou linda bola de chapa para o mesmo Dagoberto, que apenas teve o trabalho de rolar caprichosamente a bola nos pés de quem? Hein? Hein? DELE! Sim, o rei dos gols cagados: Borges!, que ficou sem goleiro para finalizar o gol cagado tricolor.
O jogo parecia estar decidido, quando Mano resolveu colocar a jovem promessa corinthiana, Boquita, para desequilibrar e dar passe açucarado – e mega cagado – entre as pernas do Richarlyson – é muita coincidência, não? Bola entre as pernas dele, justo dele, enfim... – para André Santos, com a frieza de um iceberg, dar um suave toque por cima do goleirão Bosco e empatar a partida.

Quando tudo parecia estar calmo, eis que surgem novos golpes, dessa vez oriundos da Capoeira, com nível técnico apuradíssimo!

Vagner Diniz e André Santos, mostraram porque são mestres e meteram o rodo! Resultado: mais duas expulsões, e fim de papo.

No clássico do Octagon, um empate técnico: 1 x1, justíssimo. Da próxima vez é melhor assistirmos um bom vale-tudo.
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O Palmeiras, no sabadão, ficou ainda mais líder, ao derrotar o bom time do Paulista por 1 x 0, após novo dilúvio no Pacaembu। Belo gol de Evandro, em um jogo que, pelas dificuldades do gramado, se encaminhava para um empate.
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Já o Santos não teve problemas para despachar o Guarani, em plena Vila Belmiro, por 3 x 1, gol direito a golaço da jovem promessa Paulo Henrique Lima, que acertou um petardo, acordando a coruja no gol do bugre!
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E assim caminham o Paulistão e o boxe nacional.

Quando etimologia é sociologia II



Hector Plasma
Vivemos um fenômeno onde a atual geração de jovens de classe média das grandes cidades brasileiras nunca experimentou a convivência.

Os espaços reservados a ela buscam segurança e a certeza de que imprevistos não irão acontecer. Os espaços oferecidos buscam a conveniência, não a convivência.

Para os pais, os lugares convenientes devem garantir aos filhos a separação do que é apropriado daquilo que não é. A convivência é evitada para que os contrastes não apareçam e, sobretudo, para que o desejo do outro não caía sobre os seus objetos.

Contraditoriamente esses filhos não estão proibidos de verem, saberem e terem senso crítico de uma outra realidade existente. Muito pelo contrário, as escolas de classe média quanto mais abordam a 'realidade nacional' mais modernas são.

Mas não é conveniente que os outros vejam e participem da sua. Isso criaria um constrangimento.

Para toda essa geração resta apenas existir, assim como existirá um hamster na gaiola e um peixe no aquário.

Infelizmente eles - o jovem, o hamster e o peixe - nunca saberão o que coexistir; premissa básica da vivência.

13 de fev. de 2009

no tempo do cachimbo



Fernanda Pompeu

Hoje, quando fumantes são execrados com igual virulência dedicada a assassinos, ladrões, corruptos, estupradores, recordo da dona Laurinda, cachimbadora contumaz.
Volte quarenta e sete anos e acompanhe a cena: uma passadeira de roupa, octogenária, cachimbando com gosto ao tempo que entretém com histórias os netos da patroa.
Ela contava da infância nos estertores da escravidão. Recordava da mãe sempre trabalhando. Inventava identidade para o pai que não conheceu. Também falava da vida presente no tijucano morro do Borel, Rio de Janeiro.
Naquela época, não dizíamos favela. Dona Laurinda morava na parte mais alta do morro. Bem pertinho das estrelas, ela pontuava. Nós, pivetinhos, sonhávamos em pôr uma escada no quintal de sua casa para tocarmos na lua.
Para ela, trabalhar, cachimbar e narrar eram verbos simultâneos. Passadeira milagreira engomava lençóis, vestidos, toalhas de mesa. Envoltos pela fumaça, nos entregávamos aos seus contos sempre finalizados por um provérbio. O que ela mais repetia: cada um tem uma cruz para carregar. A dela era o marido cego e paralítico. A nossa, só o futuro revelaria.
Da dona Laurinda, nunca esqueci as veias de suas mãos que semelhavam raízes de ficus, seus olhos baços de tanto ver e, principalmente, seu inexpugnável prazer de fumar.

10 de fev. de 2009

Peixe grelhado



Olmeca de Tlachtli

Elaiá! Oxalá-painho-meu-deus-do-céu-que-sacolada-na-baixada!!!

Que couro que o Palmeiras deu no Santos! Não adiantou nada pular ondinhas e fazer despachos no canal 4 da baixada: 4 x 1, com direito a baile e gol de bicicleta!

Seu Kleber Pereira – o fanfarrão – falou demais durante a semana e quem brilhou de verdade foi o Keirrison, o K9 matador de bacalhau. Só contra o Santos ele já fez 10. Fre-gue-za-sso!

Alguém deve ter feito um voodoo do Fábio Costa, porque o cara tava atacado no clássico de domingo, e pra variar saiu que nem uma vaca louca pra cima do K9, e deu no que deu: penalidade máxima e passar a noite na cadeia por atentado ao pudor!

Que golaço do Edmilson, que tem nome de porteiro, corpo de porteiro (capa do grilo) e futebol – vejam só – de porteiro! Só quem conhece o talento das portarias sabe do que eu estou falando! O gol que abriu o placar no Palestra Itália – e que bike! - foi de extrema importância na partida, e só confirmou o que estava por vir: baile.

O cérebro do time do Santos foi o endiabrado Madson, que deu muito trabalho para a zaga do Palmeiras, e claro, ele, o fanfarrão predestinado: Kleber Pereira, autor do gol de honra do time da Vila।

veja

Quanto ao tricolor, mais uma vez um gol cagado, dessa vez de Hernanes, o chamado “gol cagado classe A”, que é aquele em que o cara pensa em bater de um lado e a bola entra exatamente no canto oposto, mas com toda a pompa para sacudir o coreto। A camisa 10 do tricolor cada dia mais cai melhor no Hernanes, o craque do Morumbi. Vitória suada, por 2 x 1 contra o modesto time do Botafogo de Ribeirão Preto.

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E o timão? Hahaha. Que lambança do juizão no clássico (?) contra a Portuguesa.
Primeiro porque as condições do gramado estavam de dar dó, tornando o futebol impraticável. MAS, para o juiz pé-de-pato e snorkel não eram suficientes, ele queria era ver o oco.
O jogo foi fraco tecnicamente, e Souza – mais uma vez – mostrou que tem muito talento para perder gols. A lusa se contentou em defender-se e o Corinthians pagou caro por sua incompetência nas finalizações: tomou um gol do Jesus Christian! Ele mesmo, o onipresente atacante estava – óbvio! – no lugar certo, na hora certa – o iluminado. 1 x 0 para a lusa, com uma falha incrível de Jean, depois do juizão ter paralisado o jogo por intermináveis noventa minutos, e do time inteiro do Corinthians ter ido para o chuveiro, resolveu recomeçar a partida.

Eis que surge das cinzas, a franga fênix: Otacílio Neto, que após receber passe de Túlio, acertou um pombo sem asa no canto esquerdo da meta da Portuguesa: 1 x 1, na raça.

Empate com sabor de derrota para o timão, que perdeu muitos gols e deixou o Palmeiras ainda mais líder do Paulistão 09.

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9 de fev. de 2009

Quando etimologia é sociologia



Hector Plasma

O verbo 'violar e o substantivo 'violência' são irmãos no radical. São irmãos também o jovem que fajuta uma carteirinha de estudante, a madame que para por 1 minutinho em fila dupla para fazer compras, o empreiteiro que forja uma concorrência e o homicida.

Os exemplos, infelizmente, são infinitos, mas todos violam uma regra, lei ou norma da sociedade. E ao fazer isso praticam uma violência.

Se para nós não existe relação entre o cidadão que para o carro em cima da faixa de pedestre e um sequestrador, ou só enxergamos no segundo a violência, muita coisa está explicada.


O Kassab é uma mãe

Essa realmente passou batida. O pernambucano Roberto Freire, presidente do PPS, residente em Brasília, recebe R$ 12 mil mensais da prefeitura de São Paulo. Ele é conselheiro da Empresa Municipal de Urbanização (EMURB) e da SPTurismo. O 'trabalho' dele é assinar as atas das reuniões.

Transparência

Outra que passou no meio das pernas dos editores da nossa mídia: entre 85 países pesquisados, o Brasil é o 8º em uma pesquisa que mede a qualidade e quantidade de informações disponíveis ao cidadão sobre como é gasto o dinheiro público.
Só perde para o Reino Unido, África do Sul, França, Nova Zelândia, Estados Unidos, Noruega e Suécia.

Veja o relatório

5 de fev. de 2009

Esquizofrenia patronal



Hector Plasma

Não sei se andam colocando LSD no meu Todynho, mas tenho certeza que andei vendo em vários canais de TV um anúncio da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) convocando seus 600 mil associados para pagarem a “Contribuição Sindical Obrigatória” (sic).

Tenho razão em ter alucinações quando vejo uma entidade patronal sindical pedir que alguém pague um imposto. Porque outra entidade correlata, a Federação do Comércio de São Paulo instalou um tal de impostômetro na frente de sua sede para denunciar a enorme carga tributária brasileira.

A “Contribuição Sindical Obrigatória” (sic) também está incluída?

Além do mais todos os empresários vivem clamando pelo fim do “Custo Brasil” e dizem que as leis trabalhistas atuais estão defasadas, foram criadas à sombra do fascismo e por um ditador, o Getúlio Vargas.

Mas esquecem de nos dizer que as entidades patronais também são filhas da mesma lavra. O Sistema S vive de um imposto (2% da folha salarial) e foram criadas por decreto-lei junto com os sindicatos dos trabalhadores. É, a sociedade de classe no Brasil foi feita por uma canetada do seu Gegê.

Quero coerência! Se querem diminuir a carga fiscal no Brasil comecem pela exclusão do imposto que lhes beneficiam, ou imposto bom é o meu?

Tava certo o Belchior ao cantar “minha alucinação é suportar o dia a dia”.


Violões em Funeral

Com certeza você, escasso e caro leitor, sabe quem saiu do BBB. E com certeza nunca ouviu falar de Fábio Zanon.
Pois é, esse violonista conhecido internacionalmente apresentava um programa fantástico na Cultura FM.
Mais do que fantástico, imprescindível para um país dito musical, o programa “Violão com Fábio Zanon” era uma porta de entrada para o universo do violão e apresentava as dezenas de violonistas brasileiros que percorrem o mundo.

Agora por ‘corte de custos’ o programa foi excluído da grade. Se tiver interesse, vários programas estão disponíveis na net. Vá lá

4 de fev. de 2009

Lavar e enxugar

Fernanda Pompeu



Lava, enxuga. Escreve, enxuga. Ensaboa, enxágua. Adjetiva, corta. Pendura no varal. Guarda na gaveta. Pôe para secar. Pôe no tempo. Usa e suja. Divulga e ouve críticas. Lava, enxuga. Escreve, enxuga.

baila comigo



Fernanda Pompeu

A aventura foi a trabalho. A missão: escrever uma reportagem.
Quando o barco deixou Macapá, as águas estavam serenas. Lentamente, a cidade foi perdendo a silhueta, tornou-se um pontinho, desapareceu. Aí, o caminho virou só rio, ladeado pela floresta.
De repente, na Amazônia tudo é de chofre, o rio agitou-se. O cozinheiro – o barco tinha uma cozinha na popa – comentou: é a maresia. Passamos a sacolejar. As ondas batiam no costado, uma vez, cem vezes. Ficamos encharcados.
Para me acalmar, olhava para a floresta. Calculava, se fôssemos a pique daria para nadar até a margem. Bobagem. A terra firme estava distante; a correnteza, poderosíssima e meu nado é estilo cachorrinho.
Saber que avançávamos em direção ao oceano, disparava minha adrenalina. Imaginava meu corpo partindo-se de encontro à pororoca. Mas, no auge da agitação, tudo mudou. O barco pareceu fluir nas águas de um vasto, manso, silencioso lago.
Dezoito horas depois da partida, chegávamos ao nosso destino. Um arquipélago - formado por oito ilhas - na foz do Imenso. Percebi que nenhum conjunto de palavras daria conta de descrever o tamanho da beleza.
A começar pelo nome do arquipélago, Bailique. Porque as ilhas bailam pela força do encontro do Amazonas com o Atlântico.