16 de fev. de 2009

Quando etimologia é sociologia II



Hector Plasma
Vivemos um fenômeno onde a atual geração de jovens de classe média das grandes cidades brasileiras nunca experimentou a convivência.

Os espaços reservados a ela buscam segurança e a certeza de que imprevistos não irão acontecer. Os espaços oferecidos buscam a conveniência, não a convivência.

Para os pais, os lugares convenientes devem garantir aos filhos a separação do que é apropriado daquilo que não é. A convivência é evitada para que os contrastes não apareçam e, sobretudo, para que o desejo do outro não caía sobre os seus objetos.

Contraditoriamente esses filhos não estão proibidos de verem, saberem e terem senso crítico de uma outra realidade existente. Muito pelo contrário, as escolas de classe média quanto mais abordam a 'realidade nacional' mais modernas são.

Mas não é conveniente que os outros vejam e participem da sua. Isso criaria um constrangimento.

Para toda essa geração resta apenas existir, assim como existirá um hamster na gaiola e um peixe no aquário.

Infelizmente eles - o jovem, o hamster e o peixe - nunca saberão o que coexistir; premissa básica da vivência.

Um comentário:

Unknown disse...

e viva a "pós-modernidade" e a segragação...

produzindo novas peças para um futuro que
intensificará a crueldade do atual

tampando os olhos dos filhos para que eles não vejam,
o que pais acham incorreto e imoral

segurança por uma vida banal... sem a verdadeira
sensação do que é real

senso crítico massificamente deturpado
pela manutenção de uma circunstância irracional.

"Para toda essa geração resta apenas existir, assim como existirá um hamster na gaiola e um peixe no aquário."

e assim anda nossa humanidade,
multiplicando seres-engrenagens