por Fernanda Pompeu
Sempre quis reunir, em um livro, lembranças de testemunhas (no caso, radiofônicas) da morte de Getúlio Dornelles Vargas. Duas vezes no poder, uma como ditador; outra como presidente eleito. Também autor da célebre lorota “esse povo de quem fui escravo (...)”.
Contam que alguns cidadãos teriam se enforcado; outros, cortado os pulsos ao saberem da morte do governante. A verdade é que o povo chorou, sem o empurrãozinho da televisão pois, na época, era só para rico ver.
Ainda não fui capaz de levar adiante o projeto do livro (espero que nenhum navegador da ONG Pi roube-me essa excelente idéia). Ao menos, tenho o título: “Onde você estava?”
Eu não estava no planeta na fatídica manhã do 24 de agosto de 1954. Mas minha mãe preparava um merengue(era aniversário dela), quando a vizinha entrou e gritou: ele morreu!
Estava tão desesperada que minha mãe pensou que o marido da amiga, o Quinzinho, havia sofrido um desastre. Ainda em prantos, a vizinha completou a frase: Getúlio se suicidou no Palácio do Catete.
Nem preciso escrever que, nessa noite, ninguém saboreou o merengue.
17 de nov. de 2008
tiro no coração
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Getúlio Vargas Carvall
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