5 de out. de 2009

Primavera de paulista






Amanda Andrade

Abro a janela e a manhã é clara, o sol ameno. Um dia atípico na terra da garoa. Será que vai durar até quando? Pego meu casaco por via das dúvidas, afinal, nunca se sabe.
A brisa causada pela velocidade na rodovia traz apenas boas lembranças. São poucos minutos, mas a sensação de bem estar é duradoura.O céu é azul claro, único. Olho no relógio, vejo as horas, a data no canto do painel. Estamos em outubro, logo logo começam a brotar as luzes do natal. Há tempos não sabemos o que são as estações do ano, mas o mês me faz relembrar. É primavera. A mudança no meio do concreto é sutil, mas perceptível. A rotina nos dá alguns privilégios, como observar todos os dias as mudanças dos mesmos lugares. Há um colorido nas árvores, e no chão formam-se mantos de pétalas das mais diversas formas e cores. Me perco nos meus pensamentos mais profundos olhando o colorido das calçadas. Escuto uma senhora reclamando da "sujeira da árvore". Em setembro pude reparar o ápice de algumas árvores carregadas de flores e que agora começam aos poucos a retomar seu verde habitual. Talvez seja de tanto ouvir a senhora reclamar de sua sujeira. O dia passa lentamente, ao meio dia há um calor tórrido que me lembra as férias de janeiro. A tarde vai aos poucos dando espaço para a lua, e assim também vai caindo a temperatura. Coloco a blusa, afinal, começou a esfriar. Já é noite em São Paulo.

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