4 de abr. de 2008

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Na Folha de 04/04/08

Senador arrecada no mês o dobro de Hillary, sua rival democrata, segundo fontes nas campanhas

Ex-presidente Jimmy Carter dá a entender que votará no candidato, que, nas últimas semanas, recebeu apoio de mais 70 superdelegados DA REDAÇÃO

Se a disputa pela candidatura à Presidência dos EUA segue acirrada entre os democratas a sete meses da eleição, a corrida por doações já parece decidida: Barack Obama lidera com folga de US$ 58 milhões, segundo dados divulgados ontem. O senador por Illinois também não pára de receber apoio de democratas de peso -ontem foi o do ex-presidente Jimmy Carter.
Contando com uma base de doações menores e portanto mais constantes, Obama anunciou que sua campanha arrecadou cerca de US$ 40 milhões em março. O montante é menor do que o do mês anterior, quando levantou US$ 55 milhões, mas é o dobro do que a rival Hillary Clinton recebeu.
Apesar de a campanha da senadora ainda não ter divulgado números oficiais, fontes em seu comitê citadas pela imprensa americana falam em US$ 20 milhões, o que lhe daria um total de US$ 176 milhões até agora -25% a menos do que os US$ 234 milhões do rival.
O virtual candidato republicano, John McCain, também não abriu o caixa, mas seu comitê já declarou que "não dá para competir com Obama" em arrecadação. Em fevereiro ele obteve US$ 11 milhões, somando "parcos" US$ 60 milhões.
A Comissão Federal Eleitoral vai divulgar oficialmente os números de março no dia 20.
"Nós sabíamos que ele [Obama] ia nos superar. Ele nos superou em todos os últimos meses", disse o porta-voz de Hillary, Howard Wolfson.
A senadora tem sofrido pressão dentro do partido para desistir da disputa, sob pena de a troca de acusações interna minar as chances de um democrata chegar à Casa Branca.
Obama aproveita o cofre cheio para aparecer mais em comerciais na Pensilvânia, Estado de maior peso na reta final das prévias partidárias, com 158 delegados. Hillary, que já teve vantagem de quase 20 pontos ali, lidera agora com apenas seis pontos na média das pesquisas para a votação do próximo dia 22.
Obama conta também com cada vez mais apoio entre os superdelegados, membros do partido que compõem quase um quinto dos que escolherão o candidato e que podem votar como quiserem na convenção partidária, em agosto, independentemente das prévias.
Ontem, o ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981) deixou sua preferência clara nas entrelinhas: "Meus filhos são pró-Obama. Meus netos são pró-Obama", disse em viagem à Nigéria. "Como superdelegado, não vou revelar para quem estou torcendo, mas eu deixo vocês adivinharem."
Na últimas semanas, Obama amealhou 70 superdelegados contra 9 de Hillary, segundo projeção do "Financial Times".

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