Jetinho
Quem não conhece um “serial killer”. Todo mundo conhece um. Estão nos mais diversos lugares; em bancas de jornal, nos estacionamentos, podem ser flanelinhas ou engraxates, enfim, tenho certeza que conhecem alguém do tipo. Pois bem. O que conhecia era o Toninho, que tomava conta dos carros na rua do meu escritório. Juntava papelões para servirem de “abrigo” para os pára-brisas, lavava os carros e claro, espera pela gorjeta. O Toninho era um “serial killer”. Era chegar de manhã, encostar o carro e lá vinha ele “- Doutor, o senhor sabe quem morreu?”. Normalmente a resposta era não. “- O Zeca, aquele motorista de táxi. Foi assalto.” Alguns dias depois, andando calmamente, quem você encontrava? O Zeca e seu táxi. Surpreso você perguntava: “- Você não tinha sido assaltado?”. E a resposta: “- Ô doutor, vira esta boca pra lá!” É claro que íamos até o Toninho, que calmamente explicava: “- Ele não morreu de sorte!”. Em outra oportunidade ele dizia “- O senhor já soube? O doutor Francisco, o médico, morreu de infarto.”. É claro que conhecendo o Toninho íamos até o consultório do amigo e, quem nos atendia? O próprio! “- Pô, cara, tem gente querendo que a gente morra!”. A questão de uns dias atrás, folheando o “Lance!” na banca de jornais, o Paulão chegou e nos surpreendeu: “- Já sabem quem morreu? O Toninho da flanela. Foi atropelado por um dos carros da funerária.”. Ironias do destino!
30 de set. de 2009
Serial Killer
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2 comentários:
Que texto, excelente, parabéns Jetinho sua alegria contagia.
Delicioso!
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