Fernanda Pompeu
Uma história é que de quem a viveu ou de quem a escreveu? Pergunta simples, polêmicas respostas। Talvez por isso, a humanidade – dos hieróglifos à internet – siga na volúpia dos registros.
Quem viveu esta história foi meu amigo Celso Linck. Ele contou, eu surrupiei. Dito de maneira elegante: ao externá-la, ele a tornou de domínio público. Ao escrevê-la, me transformo em autora.
Vamos a ela. Meu amigo, quando menino, morava no bairro de Pinheiros. Na rua Arruda Alvim, havia uma fábrica de chocolates. Seja por que os odores, a população, o tráfego - nos meados de 1970 - fossem menores ou por qualquer explicação, o cheiro do cacau beneficiado dominava meia quadra.
Celso e uma patotinha faziam o seguinte: saiam de casa, corações acelerados, paravam em frente ao muro da fábrica, levantavam os pezinhos e aspiravam o inebriante aroma do chocolate.
Ao ouvir a história, me encantei com sua simplicidade e miniatura. Lembrei dos que dizem que o endereço da poesia é a eternidade do instante. E seu número de telefone, o nosso olhar.
19 de jun. de 2009
ladrões
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4 comentários:
Fernanda,
Com certeza não se trata de apropriação indébita. A história é bonitinha e mereceu ser dividida.
Beijos,
Também acho, Cláudia,
Bonitinha nada, é linda.
Geremias, que bom encontro.
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