29 de jun. de 2009

Yes, we (almost) can.




Olmeca de Tlachtli


Oh my God. What the hell is going on?

Foi um sufoco daqueles que nem o Mel Gibson em “o Patriota” poderia acreditar. Os EUA fizeram 2x0 – isso mesmo!! – em menos de meia hora de jogo, contra uma seleção brasileira apática, e dominada pela aplicadíssima disciplina tática norte-americana.

O jogo começou lento, com o Brasil tomando a iniciativa, obviamente, e os EUA apenas esperando a chance de um bom contra-ataque, já que jogava com dois centro-avantes de ofício. Eis que veio o primeiro choque: bola despretenciosa cruzada para a cozinha brazuca e Dempsey apenas escorou a bola. Foi o suficiente para tirar de Julio Monstro Cesar e abrir o marcador.

Unfuckingbelivable!

O Brasil não se abalou e partiu pra cima com tudo. Mas o goleirão Howard trazia muita segurança a zaga americana e, após um pressão brasileira, Maicon Jackson tocou mal uma bola para o meio e veio o contra-ataque a la Pearl Harbor, sem dó: bela tabela de Davies com Donovan, no dois contra dois e finalização perfeita de Donovan: 2x0 e o Brasil provou do seu próprio veneno.


Unfuckingbelivable plus 2.0!

Termina o primeiro tempo: 2x0 para os EUA. Agora o Mel Gibson estava acreditando. Até eu estava acreditando que eles podiam ganhar. Os EUA foram extremamente eficientes nas duas oportunidades que tiveram e o Brasil não foi Brasil.

Vem o segundo tempo e logo no primeiro lance do jogo Ramires cruza a bola para o Fabuloso, que dentro da área gira e chuta de canhota: 2x1 e estava furada a muralha Howard.


Houston, we have a problem...

Os americanos se assustaram muito com esse gol. E o estádio inteiro – que torcia pelo Brasil – e queria ver o futebol mágico, finalmente começou a se animar.
Para o azar dos americanos, o Brasil veio babando, como a muito tempo não se via, com pouca técnica e muuuuita raça.

Antes, o “professor” Dunga mexeu no time com a genialidade de sempre: sai André Santos, entra Daniel Alves, sai Ramires, entra Elano.

E veio o segundo gol: Kakagado pegou a bola na esquerda, partiu pra cima do zagueiro levando a bola pra linha de fundo e cruzando na medida para Robizonho, que chutou no travessão. No rebote o Fabuloso estava lá para meter o cocoruto nela e empatar: 2x2.

Houston, we really have a problem...

A partir daí não tinha mais tática, era na raça pura. Os EUA ainda ameaçaram em mais um bom contra-ataque desperdiçado pela dupla country Dempsey&Donavan, que se tivesse um pouca mais de categoria no passe teria ocasionado o terceiro dos EUA.

Aí, aos 39’ brilhou a estrela de uma valente zagueiro. Elano cobrou escanteio da direita e ELE, Lucio, meteu a jaca nela – e bota jaca nisso! – para fuzilar o gol de Howard. 3x2, sem chance de defesa.

O estádio veio abaixo. Dunga veio abaixo. Bob Bradley – técnico dos EUA – got low.

The roof is on the fire...

Os EUA não acreditavam nessa virada. O Brasil precisava mostrar essa raça.

O belo futebol apresentado pelos EUA valorizou – e muito – nossa conquista.

Que a seleção brasileira tenha aprendido sua maior lição antes da Copa do Mundo, em 2010: o primeiro tempo contra os EUA. E a segunda maior lição: o segundo tempo contra os EUA.

É com esse espírito que temos que jogar a Copa: não tem adversário “fácil”, e apesar de sermos os “maiores”, as surpresas irão aparecer. Tem que ter o coração na ponta da chuteira e honrar essa camisa amarela como fizeram ontem, no segundo tempo.

Quanto aos EUA, fizeram bonito: de praticamente eliminados na primeira fase a finalista duríssimo contra o poderoso esquadrão brasileiro. Yes, USA. You (almost) can.

27 de jun. de 2009

considerando






Fernanda Pompeu

Nasci dez anos após o término da Segunda Guerra Mundial. Para os cachorros, dez anos é a terceira idade. Para a história, representa a milésima parte de um grão de segundo.
Cresci ouvindo ecos da Grande Guerra. Minha mãe contava dos blecautes programados e providenciais para os namorados. Meu pai relatava os afundamentos dos navios brasileiros Baependi, Araraquara, Anibal Benévolo, Itagiba, Arará na costa de Sergipe.
Anos depois, preconceitos contra descendentes de germânicos, italianos e japoneses sobreviviam nos recreios das escolas cariocas. Lembro do Werner, neto de alemães, exilado das nossas brincadeiras.
Do rescaldo dessa cultura belicosa, ficou gravada a expressão Dia D. Para os muito jovens, informo: foi a data em que os aliados desembarcaram numa praia da Normandia, libertando a França da ocupação nazista. O começo do xeque-mate ao Terceiro Reich.
Hoje, uso com gosto a expressão. Chamo Dia D quando apresento um trabalho. Quando pego o resultado de um exame médico ou rodo a baiana. Em miúdos, Dia D é sinônimo de hora da verdade.
Também considero Dia D toda manhã de quinta-feira. No momento em que a tela do monitor acende seu clarão e me convida a escrever um Baú sem Fundo para você, caro leitor.

22 de jun. de 2009

O Freguês voltou?






Olmeca de Tlachtli

E a torcida do Corinthians estava em êxtase após a boa vitória no segundo clássico da semana: 3x1 no combalido São Paulo.

O tricolor, após muitos anos de glória, entrou no jogo em uma situação inusitada: não contava com seus dois grandes pilares dos últimos anos: Rogério Mala Ceni e Muricy Zacarias Ramalho.

O timão, pelo contrário, veio embalado após a suada vitória sobre o Internacional.

Dois grandes times, dois momentos bastante distintos.

E quando a fase é ruim, nem santo ajuda. O tricolor foi mais time durante todo o primeiro tempo, mas a postura tática do timão se mantinha intacta. Enquanto o tricolor via diversas chances serem desperdiçadas, o timão foi lá e num ótimo lance de Jesus Christian, abriu o marcador: 1x0 na saída do goleirão Denis.

1x0 no último lance em um primeiro tempo totalmente tricolor. O interino Milton Cruz parecia não acreditar.

Veio a segunda etapa e o tricolor simplesmente parou de jogar.

O timão veio babando, e numa belíssima cobrança de falta de Chicômeno fez 2x0.

Aí o time do São Paulo foi pra roça!

Faltava brio aos jogadores que assistiam o time do Corinthians tocar a bola aos gritos de “Olé” da extasiada torcida.

Pra piorar, num escanteio cobrado por Jorge Cover do Romário Henrique, Jucilei meteu o cocoruto nela a lá Dada Maravilha – queixo no peito! – e fechou o caixão do tricolor: 3x0, fora o baile.

Ainda deu tempo para uma ótima jogada do promissor garoto Oscar, que rolou de calcanhar para Richarlyson meter o bico nela e fazer o golaço de honra tricolor: 3x1.

A torcida do Corinthians que não tinha nada a ver com isso gritava em alto e bom som: “O freguês voltou”. Isso sim, é de doer para a torcida tricolor.

Ricardo Gomes vai ter muito trabalho pela frente. Será que foi a escolha certa? Será que Muricy era o culpado? O tempo dirá. O que dá pra dizer é que com o elenco que tem, o São Paulo não pode jogar esse futebolzinho.

AH, o Palestra! Foi por muito pouco que o Obina – que é sim muito pior do que o Eto’o – não marcou um gol de...Eto’o!

Aliás, ele marcou, mas o juizão fanfarrão não validou. Obina estava com a macaca no sabadão, e além desse golaço de bike mal anulado, fez outro, o de empate do verdão.

Mas, vamos começar do começo. O furacão na Arena da Baixada é fortíssimo e começou com tudo para cima do verdão, que soube controlar as boas investidas de Marcinho, Márcio Peruca Azevedo e de Rafael He-Man Moura.

Resultado: o verdão segurou bem o ímpeto do Atlético PR, e terminou o primeiro tempo no 0x0.

Veio a segunda etapa, e logo de cara Rafael Santos meteu o sabugo nela: 1x0, sem chance para Marcos.

Parecia que a pressão atleticana iria desestabilizar o verdão, mas ELE, Obina, que entrou no lugar do lesionado Diego Souza, matou a cobra e mostrou a peixeira!

O valente atacante do verdão acreditou num péssimo recuo da zaga para o goleiro Vinícius, que se sentiu pressionado ao ver o mito partindo pra cima e meteu um bicudo nela, em cima dele! Obina não perdoou: 1x1 e o verdão seguia vivo no jogo. Vou até criar uma categoria de gols cagados: gol cagado Obinal!

Mais Marcinho foi lá e tratou de deixar a torcida do furacão em êxtase: 2x1, numa bela cobrança de falta.

Aí o verdão foi pro tudo ou nada, e deu certo! O menino Kellogg’s mostrou que as vitaminas e minerais deram um “grau” e fez o gol de empate na bacia das almas: 2x2 aos 48’ do segundo tempo!

Empate num jogo sensacional, que para o verdão teve sabor de vitória. Afinal, se garantiu no G4.

E o Santos? Incrível a derrota em plena Vila Belmiro para o embalado time do Atético Mineiro.

Desde o início do jogo o galo dominou totalmente as ações ofensivas. Parecia que estava jogando em casa!

Fábio Hooligan Costa estava tão irritado que cometeu um auto flagelo! Sim, o maluco goleiro santista resolveu se torturar, já que não conseguia fazê-lo em nenhum jogador do galo.

Lesão parecida com a de Rogério Mala Ceni. Preocupante para a equipe santista.

Mas, o lance não abalou a reação santista, que logo abriu o marcador com o menino Etiópia: Neymar+io: 1x0. e parecia que a Vila voltaria a ser a casa do Santos.

Final do primeiro tempo, e o Santos respirava aliviado.

MAS, veio a segunda etapa e Diego Retardelli anda mesmo iluminado! Que golaço no rebote da zaga, de primeira, sem chance para o menino Douglas: 1x1 e a vila começava a torcer contra.

Logo em seguida, Evandro foi lá e aumentou para o galo: 2x1, num outro golaço. Corte seco no zagueirão, que nem saiu na foto, e bateu no cantinho.

Numa falha bizonha da zaga santista, o ex- gato Carlos Adulterado Alberto, foi lá e marcou, sem dificuldades: 3x1.

O Santos foi para o tudo ou nada e meteu um gol chorado com o valente ídolo santista: Leo. 3x2. o jogo pegava fogo.

Até uma pequena lambança do juizão...

O cara encerrou o jogo sem terminar os acréscimos! Os jogadores santistas ficaram irritadíssimos e o juizão voltou o jogo!!

Times a postos, o Santos joga a bola no meio do pagode do galo e marca um gol!!!

Não, não marcou. Pois o juizão anulou alegando falta de Klebão Pereira. Detalhe: ele nem se mexeu no lance, parecia uma estátua.

Final de jogo, revolta total da torcida santista.

O galo, agora mais líder do que nunca, comemora.

Cornetadas:
Flamengo 4x0 Internacional – merrrrrrrmão!! Tenho certeza que alguém colocou uma garrafa de Cynar atrás do gol do Lauro! O Adriano comeu a bola ontem e meteu um hat-trick! Dá-lhe caninha!!!

Casa de ferreiro, espeto de pau






Hector Plasma

Na discussão sobre o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, os jornalistas contrários ao fim da exigência deixaram de lado um de seus princípios profissionais fundamentais: fidelidade aos fatos.


Desde 2001, data da primeira decisão sobre o fim da obrigatoriedade, o grande argumento foi que o diploma não impedia a liberdade de expressão. Todos de alguma forma podiam se manifestar.

Sustentaram essas teses jornalistas e sindicalistas. Contraditoriamente muitos deles lutaram pelo fim da ditadura militar e pela democracia. Para quem acompanhou de fora ficou claro que liberdade tão buscada por muitos durante 20 anos tinha tamanho e forma. Era uma liberdade que lhes convinha.

Em nenhum momento os argumentos foram sustentados pelos fatos. Casa de ferreiro, espeto de pau. Vamos a eles.
A Constituição Federal, escrita e promulgada no período democrático, no seu inciso IX do artigo 5º deixa claro: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

Além disso, o Brasil é signatário da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (de 22 de novembro de 1969, ratificada pelo Brasil em 1992) onde no artigo 3 é estipulado que “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber, e difundir informações e idéias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha”. E segue: “não se pode restringir o direito de informação por vias e meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão da informação , nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.”

Não termina aqui. Ser signatário de uma convenção internacional significa que “os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais” (CF, artigo 5, inciso LXXVIII, parágrafo 3º).

Até o dia 17 de junho de 2009, o incauto sem diploma de jornalismo que tivesse a idéia de imprimir um jornal e vendê-lo na esquina podia ser preso porque ele devia pedir licença ao papai Estado.

Fez-se justiça, o direito de expressão, comunicação e impressão pertence ao cidadão, não a uma categoria. Só não via quem se fazia de cego.

Cabe ressaltar que a profissão não foi desregulamentada, mas apenas do artigo 4º, inciso V do Decreto-lei nº 972/1969, no qual “o exercício da profissão de jornalista requer prévio registro no órgão regional competente do Ministério do Trabalho Previdência Social, que se fará mediante a apresentação de: V - diploma de curso superior de jornalismo oficial ou reconhecido registrado no Ministério da Educação e Cultura ou em instituição por este credenciada (...)".

Agora se espera que outras leis, em contradição com as citadas acima, eliminem as exigências de registro em órgãos do Estado ou autarquias, como as de ator e de músico, e tenham o mesmo destino: o lixo histórico.

Afinal de contas, se você, caro e escasso leitor, desejar escrever uma peça e encená-la ou montar uma bandinha e sair tocando por aí ainda é necessário pedir permissão ao Estado, ao contrário, cana! Isso é liberdade?

Fingimos não saber?






Fórina

Fingimos não saber?
Ano a ano, o governo do estado tenta empurrar novas regras que vão gradativamente mitigando o poder das univeridades públicas. A cada vez, uma parcela dos estudantes, professores e funcionários, se mobiliza na tentativa de levar à população informações que seriam de outra forma ignoradas pela grande mídia. Essa costuma se fazer de surda por dias e até meses, até que alguma coisa toma proporções grandes demais para se fingir que nada está acontecendo.
Com os jornais online, a participação dos leitores tem apontado para um novo padrão de interação entre meio e público, e também de leitores entre si. Pois que Alguns dos tais fóruns de discussão sobre a última greve de estudantes, professores e funcioinários das universidades do Estado de São Paulo parecem revelar algo das cicatrizes deixadas pela ditadura, que, em termos históricos, não acabou há tanto tempo atrás em nosso país. Ao lado de comentários que parecem fazer um grande esforço em se mostrarem “imparciais” (a imparcialidade a maior ilusão, ou mais explicitamente história pra boi dormir, do jornalismo), encontramos sempre uma variedade de enraivecidos defensores da “ordem” por meio do cacetete e, por que não, das armas de fogo. Para esses, qualquer tipo de manifestação implica em inerente incapacidade e pendor para a inércia dos participantes, os quais, em suas palavras, “não querem trabalhar”.
Ao mesmo tempo me veem à mente um sem número de conversas em que tomei parte – ou que simplesmente fui levada a ouvir devido à grande proximidade entre desconhecidos que ocorre em uma cidade grande – em que os falantes lamentavam a falta de envolvimento do brasileiro com questões políticas (“ninguém faz nada...”) ou a humilhante tendência à corrupção e inação dos políticos “no Brasil” – essa última característica, algo que nos define mesmo como brasileiros, e sem a qual talvez nossa identidade pareça algo incompleto, falho: “Mas no fim, não dá em nada...”, “Acaba tudo em pizza!”. Com frequência das mesmas bocas se pode ouvir frases como “O Brasil precisa é de educação”.
A incoerência de tais discursos me faz pensar que a ditadura nos criou um certo gostinho por, hum, como direi... se ferrar mesmo, ao ponto de certas pessoas sentirem a necessidade de defenderem um privilégio que nao é para elas, ficando com esporádicas migalhas ou mesmo sem participarem de forma alguma nos resultados da pilhagem... e esse jogo de associações vai me trazendo à memória aquela canção do Tom Zé, cuja letra é mais ou menos assim:
“De vez em quando todos os olhos se voltam pra mim
De lá do fundo da escuridão
Querendo apanhar, querendo que eu bata, querendo que eu seja um deus...
Mas eu não sei de nada, eu não sei de nada, eu não sei de nada, eu não sei de nada, eu não sei de nada...
Mas eu sou até fraco, eu sou até fraco, eu sou até fraco, eu sou até fraco, eu sou até fraco...”
Pode ser que ela jogue uma luz sobre motivações provavelmente inconscientes de quem faz tanta questão de que qualquer assunto ou tentativa de diálogo que exijam um posicionamento seu como indivíduo participante de uma sociedade sejam encerrados pela ação, preferencialmente truculenta, da polícia...

19 de jun. de 2009

ladrões






Fernanda Pompeu

Uma história é que de quem a viveu ou de quem a escreveu? Pergunta simples, polêmicas respostas। Talvez por isso, a humanidade – dos hieróglifos à internet – siga na volúpia dos registros.
Quem viveu esta história foi meu amigo Celso Linck. Ele contou, eu surrupiei. Dito de maneira elegante: ao externá-la, ele a tornou de domínio público. Ao escrevê-la, me transformo em autora.
Vamos a ela. Meu amigo, quando menino, morava no bairro de Pinheiros. Na rua Arruda Alvim, havia uma fábrica de chocolates. Seja por que os odores, a população, o tráfego - nos meados de 1970 - fossem menores ou por qualquer explicação, o cheiro do cacau beneficiado dominava meia quadra.
Celso e uma patotinha faziam o seguinte: saiam de casa, corações acelerados, paravam em frente ao muro da fábrica, levantavam os pezinhos e aspiravam o inebriante aroma do chocolate.
Ao ouvir a história, me encantei com sua simplicidade e miniatura. Lembrei dos que dizem que o endereço da poesia é a eternidade do instante. E seu número de telefone, o nosso olhar.

18 de jun. de 2009

DUELO






Dr. Tupi

A FIA, entidade máxima da Formula 1, controlada por Max Mosley e a FOTA, associação que representa os times, estão em um verdadeiro braço de ferro para ver quem manda na categoria. De um lado esta Mosley que está impondo um limite radical de gastos para a próxima temporada, para que dessa forma equipes pequenas com orçamentos nanicos se interessem em ingressar na categoria. Diz Mosley que a idéia é tornar a F1 mais acessível para investidores; e para os torcedores será muito mais empolgante de assistir por que os times terão pouco dinheiro para investir no carro e consequentemente os carros serão extremamente parecidos. Do outro lado esta a FOTA que considera tal limite um absurdo e um afrontamento de Mosley. Dizem os times que o desenvolvimento do carro será comprometido e possivelmente ate perigoso, não faz sentido para os times limitar o desenvolvimento tecnológico tão característico da categoria. Além disso, as gigantes como Ferrari e Mercedes-Benz já disseram que não querem dividir a mesma categoria com equipes de pouco prestigio.
Nesse impasse o torcedor vem acompanhando a cada semana uma nova reunião entre Mosley e os times com certa impaciência e apreensão. Afinal de contas, um compromisso de ambas as partes parece difícil de se chegar, ninguém quer ceder e tudo indica que a F1 pode perder a presencia da Ferrari e McLaren no grid do ano que vem.
Enquanto isso, Rubinho..... Bem Rubinho é outra historia. Deve ser difícil um dia perceber que não existem mais desculpas para a falta de vitórias. Pela segunda vez na carreira, Rubinho tem um carro fantástico, uma maquina de vitórias, e pela milésima vez ele não faz nada a respeito disso. É melhor torcer para o Bruno Senna.

16 de jun. de 2009

Lula, líder bolivariano






O Gringo Ignorante

A presença do presidente Lula na OIT têm um alto valor simbólico e político. Seu discurso na defesa do emprego e dos setores mais necessitados, foi bem recivido na Ginebra, frente ao recente avançe das direitas conservadoras nos comicios europeus. Ao contrario desses governos o Brasil não fez pagar a crise aos mais pobres, trabalhadores e imigrantes. Acabam de ser legalizados milhares de imigrantes ilegales que são normalmente os alvos preferidos dos governos quando a crise assoma. E ainda mais importante, a verdadeira receita pra acabar com a imigração forzada dos paises mais pobres aos ricos, é trabalhar nas economias desses paises mesmos, fazendo o desemprego diminuir mediante acordos e cooperação. Tambem a cooperação sul-sul foi mentada pelo Lula no seu discurso (os acordos com Africa, Haiti, Palestina, etc).
Ninguem cresce sozinho, não da pra o Brasil avançar muito mais se os vizinhos ficam pobres: Essa repetidissima ideia do presidente é tão verdadeira que são poucos os que a entendem. Como imigrante que sou, sempre olho com atenção a politica exterior dos governos, e o Lula, nesse sentido é, líder mundial, ele é O exemplo. Não pelo feito com os imigrantes agora, mas pelo que fez com os governos regionais e os governos mais pobres. E não é caridade; ele abre muitos espaços políticos e económicos que ninguem imaginou. So no futuro a gente conseguirá vêr os inúmeros benefícios dessa politica.

15 de jun. de 2009

Sucrilhos neles!!!






Olmeca de Tlachtli

E o garoto Kellog’s voltou vitaminado!!!

Kerrison sucrilhos deixou o leite azedo de lado e meteu logo dois golaços no bom time do Cruzeiro!

Depois de ter sido vaiado e xingado pela inflamada torcida palmeirense o garotão pediu colo pra mamãe e voltou com a macaca. Belíssima partida de Kerrison, que voltou a ser decisivo num grande confronto.

O Palmeiras começou o jogo partindo pra cima da rapoza, com ataques fortes pelos flancos, mas logo veio a famosa zica do Parque Antártica: Bernardo cobrou falta e após desvio na berreira, a pelota foi morrer no fundo do gol de Marcos. Essa nem santo pegava!

1x0 e mais uma vez o verdão tinha que correr atrás da virada. Eis que num lance absurdo, Marcão recebe bom cruzamento e mete o cocoruto nela, a bola bate no travessão, pinga na linha e sai. O juizão fanfarrão foi lá e validou o gol! Um gol de presente para o Palmeiras respirar aliviado e finalmente começar a jogar bola.

O garoto sucrilhos ainda meteu um golaço de primeira, em uma bola alta, difícil de finalizar. 2 x 1 e veio o intervalo.

Começa o segundo tempo, e o que se viu foi um Cruzeiro com a cabeça totalmente voltada para o jogo contra o São Paulo. O time de minas mal subia ao ataque e virou presa fácil para o verdão.

Aí o menino com 10 vitaminas e minerais resolveu fechar a caixa de leite semi-desnatado: Cleiton X, em jogada inteligente de Keirrison – que deixou a bola passar pois estava em impedimento –cruzou na medida para o meninão marcar seu segundo gol e fechar o caixão da rapoza: 3x1 e a paz –momentânea! – com a turma do amendoim!

O Corinthians foi a Goiânia enfrentar o bom time do Goiás, e se não fosse pelo Felipe e as traves, o Goiás teria ganho facin facin...

Jogo chato, com cara de 0x0, que num jogo entre as duas equipes é raríssimo de acontecer. Ronaldo fofômeno mais uma vez não tocou na bola, mas também sejamos justos: a bola não chegou!

Quem não tinha nada a ver com isso era o experiente atacante do Goiás, Felipe, que infernizou a defesa do timão, e de Iarley, que foi o jogador mais eficiente do time goiano.

Boa partida de Rafael Tolói, jovem revelação de Goiás e a volta do bom lateral direito Vitor.

Pelos lados do timão, boa partida de Felipe e do raçudo Jesus Christian.

Para quarta-feira, o Corinthians precisa – e deve! – jogar muuuuito mais, contra o forte time do Internacional, pela final da Copa BR09.

Ah, o São Paulo!

De novo o time dos chiliquentos jogou pouca bola e chorou demais. Pra piorar, ele, o Pé-de-Anjo, Marcelinho Carioca, meteu um golaço para abrir o placar para o ramalhão.

O tricolor está com um futebol burocrático e previsível. Talvez por ser o time da moda, é mais estudado pelos adversários e acaba por ficar mais marcado. Mas, isso não justifica o péssimo futebol de uma equipe qualificada como a do tricolor.

A mistura de Dagmar+Alberto, Uóxito, O rei dos gols cagados Borges e agora também o fraldinha André Lima viraram os chorões do Morumbi.

Pelo menos Borges marcou o seu, o gol de empate: 1 x 1 na bacia das almas e, obviamente, cagadaço! Foi o lendário “gol cagado tabelado”, que é aquele em que a bola bate e rebate na macacada toda, e o atacante malandrão também joga sua canela no meio, pra ver no que vai dar, e DEU!! Sensacional. Ah, esse Borges, é o rei mesmo, insuperável.

Mesmo recado para o tricolor: quinta-feira tem o Cruzeiro, e precisa jogar mais e choramingar menos.

O Santos tomou uma sapecada do time da zica, O Botafogo! 2x0 facin facin...

Destaque para o zagueiro Fabão – ou melhor, Faruim – que falhou bizonhamente no segundo gol do fogão.

Outro jogo chato, com cara de 0x0 e que o fogão tratou de botar fogo – desculpem, foi irresistível! –nos 10 minutos finais: dois gols pra passar o carro no time do peixe.

O que assustou foi a fragilidade da zaga santista: 2x0 em cinco minutos não é mole não.

Cornetadas:

Coriba 5x0 Flamengo – que isso merrrrmão? O imperador voltou a ser o da cachaça, literalmente. Bruno frangômeno que o diga. Ressuscitaram o ex- lanterna Coritba!!

Atlético MG 2x0 Náutico – galoucura! Mas até quando? Já vimos esse filme diversas vezes. Dessa vez vai galo?

14 de jun. de 2009

ex-porvir




Uma vez, vi um menino morto na subida do morro. Ele teria de onze a treze anos. Suas pernas eram gambitos imberbes. Não olhei seu rosto. Fora alvejado pelas costas. Findou com o nariz enfiado na lama.

Para mim, não tinha importância se ele havia sido assassinado pelo Estado, por meio da polícia; ou pela bandidagem, por meio do tráfico. O choque era a sua não vida.

Fiquei um tempo ali, cismando. Cada um ao morrer leva junto um feixe de histórias. Não sei se alma, carma, destino existem. Mas ser sujeito de histórias é a prova inescapável da nossa existência. A terrena, ao menos.

Que memórias aquele corpo, de onze ou treze anos, estava levando embora? Talvez, contos de uma mãe assustada, de um pai desconhecido, de irmãos menores. Será que aquele menino tinha um cachorro? Uma pipa ou uma professora?

Dei de ombros, me afastei da cena. Senti que meu dia estava definitivamente arruinado. Quando cheguei no asfalto, segui cismando. Aquele homicídio não findava tão somente histórias vividas.

Aquela morte prematura ceifava um futuro de histórias. Banhos de mar. Um casamento. Alguns empregos. Anos de contribuição previdenciária. Um troféu. Filhos. Uma traição amorosa. Saudades da avó. Uma viagem ao sertão. Mil sonhos.

Tupi or not Tupi





O Gringo Ignorante

O governo de Alan García no Peru autorizou uma massacre na semana passada contra miles de indigenas que bloqueavam uma autostrada da floresta amazónica. Os principais jornais do pais e da região discutem quem foi que disparou primero, ainda sabendo que os povos primitivos não contam com balas. O governo tenta demonizar os movimentos indigenistas como “anti-democraticos”, “anti-sistema”, “enemigos da modernidade e do progresso”....

O negocio é que no marco do ALCA –o tratado de livre comercio promovido pelos Estados Unidos- o governo quer votar umas leis (“leyes de la selva”) que facilitam a entrada das empresas privadas na floresta para a exploração do petróleo e gas, e tambem a venta de terras para empresas madereiras. Mais uma tentativa norteamericana de manipular os recursos naturais da floresta amazonica. Eles são cabeçudos, não vão desistir jamais.

A partir daí, os indigenas começaram o protesto e, poucos dias atras, ocorreu esse genocidio que deixou pelo menos 25 mortos de um lado e 10 policiais mortos do outro. Mas, ainda a coisa esta quente, tem muito protesto e ningem sabe como va acabar.

10 de jun. de 2009

Os Parlamentares II - A vaca foi pro brejo






Dr. Tupi

“Alguém viu meu governo?” – perguntou Gordon Brown. Depois da pergunta, o silêncio reinou, pois não havia mais ninguém além do primeiro ministro no gabinete.
O fim está muito próximo para o governo atual, que, infelizmente, não quer dar o braço a torcer e insiste em ficar. Devagarinho o governo montado por Tony Blair e executado por Gordon Brown vem ruindo: primeiro foi o líder do senado, seguido de cinco membros do gabinete que pediram renúncia, e agora a vergonhosa derrota nas eleições europeias. Tamanho foi o declínio para o partido de Brown que o BNP, o partido nacionalista Britânico - de extrema direita e contra imigrantes e minorias étnicas - ganhou duas cadeiras no parlamento europeu.
E, para fechar a semana pior do que ela começou, durante as comemorações dos 65 anos do dia D na Franca, Brown, ao invés de dizer “Omaha Beach” deixou escapar um “Obama Beach”. Uma pequena confusão talvez, mas que deu margem a muita zombaria entre não admiradores de Brown. E também um certo mal estar com relação à impecável imagem que o povo inglês tem de si. Vale ressaltar que, durante essas comemorações, a rainha nem mesmo foi convidada, e o dia D ficou reservado para estadunidenses e franceses celebrarem.

O morto ainda fala


“O ministro dasComunicações, Sérgio Motta, disse ontem que a Petrobras é “um dos últimos esqueletos da República” e que o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, terá de desmontá-la “osso por osso”।

9 de jun. de 2009

mastigadora




Fernanda Pompeu

Décadas
vividas nos permitem colecionar tipos interessantes ou, ao menos, curiosos. No topo da minha lista de figuras estranhas, está uma mulher nascida num galpão de candangos, por ocasião da construção de Brasília.
Aurora
era seu nome de pia. Mas todos a conheciam como Página Humana. Sua expertise: alimentar-se de palavras. Não no sentido figurado ou alegórico. Página devorara letras fisicamente.
Numa
das minhas viagens ao DF, sempre a trabalho, fui almoçar no saboroso Feitiço Mineiro (CLN, Bloco B, Lojas 45/51). Testemunhei a cena: a mulher desdobrou um exemplar do Correio Braziliense e mordeu suas folhas. Aproximei-me a tempo de vê-la cuspir as fotos e todos os números.
Ao
decodificar minha expressão, entre incrédula e maravilhada, não se fez de rogada, seguiu triturando lentamente as seções do diário.
Puxei
diálogo. Ela explicou: no café da manhã, prefiro a Caras, pois tem poucas palavras. O jornal reservo para o almoço, muitos jornalistas são hábeis em encher linguiça.
E
no jantar? Aí, estou em casa. Sem estresse, escolho um bom livro, preferencialmente literário, e degusto-o lenta e prazerosamente.

Centenariazo!





Olmeca de Tlachtli

Final de semana agitado no futebol: seleção brasileira e o brasileirão começando a pegar fogo.

E pra começar bem o futebas, o selecionado brasuca passou o carro no time do Uruguai.

Que sapeca iá-iá! 4 x 0 com direito até a olé no final da partida. O jogo começou duríssimo – com sempre – mas a falha do goleirão uruguaio no chute de Daniel Alves foi a abertura da porteira para a goleada brasileira.

Juan tratou logo de ampliar o placar, em cabeçada precisa, em outra partida impecável. E quando a torcida uruguaia acordou, o jogo já estava 2 x 0 e no intervalo!

A celeste voltou com a macaca, querendo logo reverter o placar, mas logo no início da segunda etapa veio o balde de água fria: Luis Fabuloso recebeu belo passe e encheu o pé para fazer 3 x 0 e calar de vez a torcida no estádio Centenário.

A partir daí, o que se viu foi um Brasil que tocou muito bem a bola, com as investidas de Kaká pelo meio, com Robinho e Luis Fabiano segurando bem a bola no ataque. MAS, estava bom demais para ser verdade. E num lance questionabilíssimo, o juizão fanfarrão expulsou o Fabuloso, após o atacante canarinho evitar o choque com o arqueiro do Uruguai. O juiz entendeu que ele tentou cavar a penalidade e expulsou injustamente o centroavante brasuca.

Aí começou a aparecer – e muito! – a figura do monstro Julio Cesar. Sem sombra de dúvida ele é o melhor goleiro do mundo na atualidade. Pegou até pensamento, e pra fechar o caixão de vez, Kaká sofreu penalidade e converteu: 4 x 0.

Chupa Uruguai, 33 anos depois um chocolate digno de quebra de tabu. (desculpem minha total parcialidade, mas nesse caso não teve jeito!)

Está criado o “Centenariazo”. Ah, chupa Uruguai, de novo.

Agora o BR09!

No único jogo realizado no sabadão, o Corinthians com seu time – quase – completo não teve dificuldades para derrotar o fraco time do Coritiba: 2 x 0.

Destaque para o GOL DE SOUZA! Sim, dessa vez não foi de pênalti, mas foi sem goleiro! E daí? Te cuida Fofômeno!

O segundo gol foi marcado por Douglas, em belo cruzamento de Saci. Realmente foi uma noite, no mínino, iluminada para os refugos do timão.

Gol de Souza – com bola rolando – e gol de Douglas – de cabeça! – em cruzamento PERFEITO de Saci?? Aí só dois litros e trezentos! E-NOR-ME! (dá-lhe jabá!)

Ah, e o destaque para o horário absurdo do jogo: 21hs num frio de congelar os pés.

Já no domingão, começamos com o Palmeiras, que conseguiu a vitória no apagar das luzes no Palestra Itália!

Jogo duro contra o esforçado time do Vitória: 2 x1 no sufoco. Com direito a lance polêmico em uma bola que entrou – ou não? – na meta de Marcos. Mais uma vez uma grande atuação do arqueiro do verdão.

E quem abriu o marcador foi o ex-meia do Vasco, Apodi. Logo no comecinho do segundo tempo. A inflamada torcida Palmeirense, levada pela turma do amendoim, perdeu de vez a paciência com o Pofessô Vanderlei e sua trupe.

Pierre voava em campo, mas sozinho não dava para resolver, o mesmo para Diego Souza, que queria driblar o time inteiro e de nada adiantava. O menino sucilhos continuava com leite azedo e fruit loops.

Eis que surge ele, o Coalhada! Entrou em campo e meteu um balaço após bom passe de Cleiton X. 1 x 1, e o palestra voltava a torcer a favor.

Mesmo assim, o verdão errava muito e o Vitória vinha pra cima perigosamente. O número de chances de gol perdidas pelo time baiano foi impressionante, e claro, a inspiração de Marcos.

Eis que numa bola parada, Cleiton X encontra Maurício Ramos dentro da área pra meter o cocuruto nela e virar o jogo para o Palmeiras! 2 x 1 e nem o Pofessô acreditava como havia vencido o jogo.

O Palmeiras precisa e deve jogar muuuuuito mais, ainda mais com a Libertadores pela frente.

Em outro jogo duro, o Avaí recebeu o São Paulo. O time do Guga deu muito trabalho ao tricolor, com as investidas de Marquinhos e a tarde inspirada do goleirão mamado: Martini.

Um 0 x 0 chato, com direito a chilique de Uóxitu, após não jogar absolutamente nada e ser justamente substituído por Dagoberto no início da segunda etapa.

O tricolor, ultimamente tem chamado mais a atenção pela birra de seu trio de chorões – Uóxitu, o rei dos gols cagados Borges, e a mistura de Dagmar com Alberto = Dagoberto – que começaram bem o ano, mas estão devendo para a torcida e para o Zacarias Zangão, Muricy.

Destaque tricolor para mais uma boa atuação da jovem promessa Denis e a segurança de sempre de André Dias. Marlos Brando também não foi mal, mas como a grande maioria do elenco, ficou devendo.

Se o tricolor continuar a jogar esse futebolzinho, assim como o verdão, vai tomar sufoco do Cruzeiro, pela Libertadores.

Cornetadas:

O que foi o Flamengo contra o Sport? Começar vencendo por 2 x 0 e tomar o vira – 4 x 2 – mostra a fragilidade do mengão. E a atuação do Imperador? Voltou mesmo...a ser o Imperador da Cachaça!!

Só Fred mesmo para salvar o Fluminense contra o azarado time do Botafogo. Se der uma chuva de Xuxa, no colo do fogão cai Pelé! Tomar um gol aos 43’ do segundo tempo é muita zica.

Mais uma vez Kleber Gladiador foi expulso. Ele passa mais tempo fora de campo do que em jogo. Prejudicou a atuação do Cruzeiro contra o bom time do Internacional.

8 de jun. de 2009

O engenheiro que virou suco


Hector Plasma

No começo década de 80 ficou famoso em São Paulo o engenheiro que sem expectativas de atuar em sua área abriu uma lanchonete na avenida Paulista e para ela deu o sugestivo nome “O engenheiro que virou suco”.

Aquele contexto era a perfeita tradução da recessão econômica que atravessava o Brasil. Posteriormente os anos 80 ficaram conhecidos como a década perdida.

Hoje fenômeno semelhante está acontecendo. Mas a causa não é a mesma.

Na dita sociedade do conhecimento surge o fetiche de que o acúmulo de habilidades resultará, infalivelmente, em ascensão econômica e social do indivíduo.

Prova disso é a quantidade de cursos, certificações, MBA’s e pós-graduações existentes. Nunca na história desse país formaram-se tanto mestres e doutores. Em 2007 o recorde foi batido, foram 10 mil doutores e 40 mil mestres.

Mas o resultado não foi o esperado. É cada vez mais comum reclamações de profissionais especializados que não encontram o que buscavam ou o que foi prometido. O modelo ideal de meritocracia onde um grupo com mais capacidade intelectual prevaleceria sobre o restante da sociedade começa a ser questionado. 

Culturalmente fomos criados com uma régua que não é mais capaz de medir e prever a realidade. Ei-la: estudamos, nos graduamos, aprendemos línguas estrangeiras e para atingir o máximo da escala devemos partir para a especialização. Feito isso automaticamente seremos absorvidos pelo mercado de trabalho e teremos nosso ideal de realização atingido.

Porém a realidade do capitalismo é outra. A época é de concentração do poder econômico em grandes e poucas corporações. Portanto a capacidade de absorção dessa leva de especialistas ficou reduzida. Por outro lado, o surgimento de novos centros públicos de pesquisa científica, para onde são destinados mestres e doutores, tem crescimento infinitamente menor do que o surgimento dos especialistas. A iniciativa privada pouco absorverá dessa massa, pois, no caso do Brasil, o investimento em tecnologia é ínfimo e inovações tecnológicas estão disponíveis no exterior para compra.

Para onde vai esse grupo? Vai se juntar ao velho exército de mão-de-obra excedente do capitalismo tão bem descrito por Karl Marx. A diferença é que antes haviam soldados. Hoje nesse contingente existem tenentes, capitães e até generais. Dito de outra forma, antigamente estavam os trabalhadores braçais e agora chegou a classe média.

Socialmente o fenômeno começa a se cristalizar. Primeiro foi na Grécia, em dezembro de 2007. A juventude universitária foi às ruas mostrar o descontentamento com baixos salários e péssimas condições de trabalho (leia mais: A fatura chegou).

Recentemente o jornal espanhol El Pais publicou um artigo que aborda o mesmo fenômeno. Segundo ele, existe na Espanha uma classe média que está sendo chamada de “mileuristasou seja, uma massa de trabalhadores com no mínimo curso superior que encontra trabalho por 1 mil euros ao mês.  Estima-se a existência de 12 milhões de espanhóis nessa realidade.

Se em países desenvolvidos como a Espanha a equaçãoconhecimento + trabalho = desenvolvimento econômico’ está criando um paradoxo, o que podemos dizer do Brasil?

Até então nossa realidade mostrava que a pobreza e falta de educação técnica criava exclusão mas agora está claro que a existência de capacidade técnica e científica não está criando inclusão. 

Outras novidades teremos quando esse grupo transformar o problema em discussão política. Esperemos pelos engenheiros que farão política. 


3 de jun. de 2009

Sobre os nosso valores






O Gringo Ignorante

A grande liberação, para aqueles atados dessa forma, vem súbita como um tremor de terra: a jovem alma é sacudida, arrebatada, arrancada de um golpe –ela própria não entende o que passa. Um ímpeto ou impulso a governa e domina; uma vontade, um anseio se agita, de ir adiante, aonde for, a todo custo; uma veemente e perigosa curiosidade por um mundo indescoberto flameja e lhe inflama os sentidos. “Melhor morrer do que viver aqui” – é o que diz a voz e sedução imperiosa: e esse “aqui”, esse “em casa” é tudo o que ela amara até então! Um súbito horror e suspeita daquilo que amava, um clarão de desprezo pelo que chamava “dever”, um rebelde, arbitrário, vulcânico anseio de viagem, de exílio, asfastamento, esfriamento, enregelamento, sobriedade, um ódio ao amor, talvez um gesto e olhar profanador para trás, para onde até então amava e adorava, talvez um rubor de vergonha pelo que acabava de fazer, e ao mesmo tempo uma alegria por fazê-lo, um ébrio, íntimo, alegre tremor, no qual se revela uma vitória................

Aquele que tenha a força pra verdaderamente cuestionar a sua tradição (porque? Por que a nossa forma de ver, agir e viver não é a única nem, certamente, a melhor) precisa sair de “casa”, abandonar seus fundamentos e sair em busca da solidão nas montanhas, onde o ar é puro. Gostamos fazê-lo por escrito e teoricamente, mais são poucos os que têm a coragem de fazer da sua própria vida um novo valor, um primer movimento, uma ruota que rotola soppra se stessa!

No momento que o menino pega sua bike por primera vez pra afastar-se de casa começa a crítica. Não era lindo sentir a profundidade do misterio do mundo?

2 de jun. de 2009

O Imperador voltou!






Olmeca de Tlachtli

Sim, ele está de volta. Adriano o “Imperador” – da cachaça – voltou em grande estilo pelo mengão.

Verdade seja dita que o Flamengo não fez uma grande partida, mesmo jogando em casa, diante o bom time do Atlético Paranaense. Mas com o gol de Adriano no Maracá lotado, a torcida nem ligou.

72 mil pagantes acompanharam a (re) estreia de Adriano e puderam conferir um jogo pegado. 2 x 1 mengão, com um pênalti discutível em cima do Marcio Azevedo, o nosso querido peruca.

O Santos meteu a mala pra cima do Corinthians B: 3 x 1, com direito a show de Paulo Henrique Lima, o Ganso. O timão descontou com o zagueiro Renato, mas logo depois sucumbiu a força do peixão na Vila e também a total falta de qualidade dos reservas corinthianos: mais um do Ganso e pra fechar a conta Madson Duracell somente teve o trabalho de empurrar a pelota pro fundo do gol.

Detalhe: Madson não estava impedido. Jogador na linha de fundo, mesmo fora do campo é considerado como parte integrante do jogo e, assim sendo, Bruno Bertucci estava dando condição de jogo ao pilhado meia do Santos.

O Palmeiras foi até Barueri enfrentar o mais novo integrante da série A e viu ELE. O homem, a lenda, o mito: Obina! Sim, ele que já foi melhor do que o Eto’o e hoje é pior do que minha tia-avó manca, míope e de coma.

Mas, tudo isso mudou quando ele meteu um golaço no jogo desse domingo e como num passe de mágica, o camisa 24 voltou a ser melhor do que o...Eto’o! Ah o futebol...

E era realmente a tarde da redenção, pois o garoto sucrilhos também voltou a marcar: Keirrison meteu o segundo balaço pra dentro da meta do Barueri.

Mas, tanta inspiração – ou sorte? – tem um preço. E o Barueri foi pra cima e empatou o jogo. 2 x 2 com um sabor de derrota para os iluminados atacantes do verdão.

Clássico imponente no Morumbi: São Paulo x Cruzeiro fizeram uma prévia do jogaço de volta da Libertadores. Dessa vez o tricolor passou o carro na rapoza, num jogo muito pegado: 3 x 0.

Mas pelo placar parece que foi jogo fácil, hein? Pois é, mas não foi. O Cruzeiro perdeu inúmeras chances de gol, sempre entre os gols do São Paulo. Ramires perdeu ótima chance!

Mas o tricolor que não tinha nada a ver com a falta de pontaria da rapoza foi pra cima e meteu logo com os três mosqueteiros: Washington, Borges e Dagoberto.

A atuação de Marlos, meia recém contratado do Coritiba, foi muito boa। O tricolor estava carente de um meia armador e pelo que parece, encontrou.