30 de mar. de 2009

Ave, César!



Olmeca de Tlachtli

Julio César! O Gladiador!

No jogo entre Equador e Brasil, ele foi o homem do jogo.

Sorte, técnica e as traves de Itu salvaram a seleção canarinho no fraco jogo de ontem.

Povo, alguém tem que avisar esses caras que NÃO é jogo amistoso, se trata de eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, e com esse futebolzinho do time do meu bairro, a seleção poderá entrar para a história, mas de forma vexatória: ficar de fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez.

Ontem foi dia de Julios – César e Baptista – que salvaram a seleção brasileira de um vexame, contra uma ousada seleção Equatoriana!

Julio César com, pelo menos, cinco defesas espetaculares e Julio Baptista com o chamado “gol cagado a lá pegadinha do Mallandro”, que é quando você mete um bicão na bola, sem medo de ser feliz, mas com tanto efeito, que ela bate propositalmente na trave e caprichosamente dá um totó na lomba do goleiro adversário, tipo assim, dando uma pegadinha sabe? E entra, Há!

Benítez – que tem nome de Pizzaiolo, deve ser o dono da pizzaria aqui da rua, a Benetiz! Recomendo a de quatro queijos. Que beleza! - foi o nome do Equador, infernizando a zaga brasileira e dando MUITO trabalho ao gladiador Julio César.

Mas, ele ficou apenas rodando a massa, pois quem fez o gol foi o Noboa – mistura de Chucky Norris com Rocky Balboa – aí ficou impossível de não tomar um gol.

AH! Dizem que o Ronaldo está gordo e fora de forma, pois é isso mesmo! Mas é o Ronaldo Gaúcho, que parecia um boneco de posto ontem. Não se mexeu, não armou, não suou, nem ao menos coçou o saco, pois era pedir esforço demais para seus dedos.

Ontem, se vocês tivessem ligado a televisão, a primeira impressão era que o time de amarelo – Equador – é que parecia a seleção brasileira.

Um time tradicionalmente ofensivo como a seleção brasileira, nunca poderia ter perdido o respeito de seleções freguezas como o Equador. Somente relembrando uma célebre frase de um dos mestres do futebol, Telê Santana: “A melhor defesa, é o ataque”. Ontem, o Equador fez isso muito bem.

Final: Equador 1 x 1 Brasil. E ficou de ótimo tamanho para nós.

Lamentável.
veja o vídeo

Na rodada do Sabadão, O duelo entre Palmeiras e São Paulo colocou Keirrison Sucrilhos Kellog’s onde os manos aqui da quebrada costumam falar: “na miúda!”.

Mais uma vez, em clássicos, o menino sucrilhado – ou Froot Loops? – ficou apagado.

Quem brilhou mesmo foi o Uóxito! Eta cabecinha de ouro! Logo no início do jogo Hernanes deu belíssimo passe para a cabeçada fatal do matador, que cada vez mais cola em Keirrison pela artilharia do Paulistão!

Esse duelo vai dar o que falar: Uóxito X Keirrison Sucrilhos, com um Ronaldo Fenômeno colocando o leite integral por fora! Uau!
veja o vídeo

Já o Corinthians, conseguiu inspirar a seleção brasileira e fazer um jogo pífio contra o fraquíssimo – e lanterna – time do Guarani.

Aliás, jogo em que não tenho absolutamente nada a comentar, de tão ruim. AH! O Souza jogou (?) e pasmem, não fez gol!

Quem tem surpreendido mesmo é a Portuguesa!! Essa sim, bateu um bolão e goleou o Marília por 4 x 1, com direito a corte invocado de Edno Paladino, o cavaleiro português.


Se o Santos vacilar, a Lusa vai pro mata-mata e irá deixar o peixão a deriva!!!

27 de mar. de 2009

mandala degas



Fernanda Pompeu

Imagine que a memória é um barco. E o motor do barco, nosso cérebro. Um barco para fazer sentido necessita de uma paisagem de água. Nada mais próximo da dor do que um barco encalhado na areia.
Mas um barco precisa de ancoradouros – seja um grande porto ou um modesto molhe. Os ancoradouros da memória são materiais e imateriais. O lá-lá-lá de uma canção ou o lodo no fundo do córrego.
Em Pinheiros, Teodoro Sampaio com Capote Valente, o restaurante Degas é um porto de memória. No comecinho dos anos 1980, eu e minhas jovens amigas sabíamos que, nele, era possível comer a qualquer hora. Tudo com relativa economia e generosa descontração.
O hit da época era o filé à cubana. Visto com a censura de agora, o cubana era um george bush calórico: arroz, ervilha, pêssego; bife empanado; banana, batata e bacon fritos. Recordando com o paladar, uma delícia.
Semana passada, amarrei meu barquinho no Degas. Entrei no salão totalmente reformado. Sentei à mesa, observei as novas tribos saboreando os velhos pratos, entre eles, o cubana.
Um garçom aproximou-se. Trazia nas mãos o cardápio; no rosto, curiosidade. Acenamos com nossas cabeças carregadas de anos. Sorrimos o reconhecimento mútuo.

No romance



O gringo ignorante

No romance “distopico” (oposto a utopico) 1984 –de onde foi pego o nome do celebre e patetico Big Brother- George Orwell exprimia o medo frente à possibilidade de uma sociedade controlada e vigiada ao maximo. Uma sociedade onde o universal –o Estado- tivesse a preeminença frente ao singular, asfixiado e sem liberdade.
O alvo tácito do romance era naquela época o comunismo, porem é nas nossas sociedades livres onde isso tomou posse. Aliás, não se trata só de um Estado esmagando o individuo senão de um mundo globalizado sobre ele, sobre todos e cada um (omnes et singulatim).
Essa rede se constituiu num “modelo securitário” após os ataques terroristas de Nova York, Madri e Londres. Justificando a partir da segurança todo tipo de praticas e discursos, somos constantemente vigiados e controlados a traves do cartão de credito, internet, fichas medicas, câmeras, controles nas fronteras, etc, ao ponto de ser necessária uma legislação dos dados pessoais, que já existe em muitos paises. Faz pouco tempo uma empresa grande européia pressionou seu parlamento pra aprovar uma lei que permite espionar o correio eletrônico dos seus empregados, com o fim de evitar “espionagem industrial”.
A proliferação de liberdades que o liberalismo procurou 3 séculos atrás para fugir do poder absolutista e tirânico, acabou nisto: uma guerra de liberdades. E como sempre, o mais poderoso é quem vence o confronto e acaba impondo sua “liberdade”. Então: liberdade para quem? Liberdade para que?

Daslu

26 de mar. de 2009

Uma no cravo, outra na ferradura e várias na inteligência



Uma no cravo, outra na ferradura e várias na inteligência




Hector Plasma


No cravo

Walter Feldman, secretário municipal de esportes colocou em pauta a concessão do Pacaembu ao Corinthians. Ele alega que o estádio dá um prejuízo anual de R$ 1,4 milhão. A "prefeitura chegou ao seu limite. Não tenho mais como justificar, como governante, que investimentos públicos, volumosos, sejam feitos para um palco do futebol profissional, que é uma atividade empresarial. Não posso usar mais dinheiro público para fazer do Pacaembu o estádio que ele precisa ser".

Na ferradura

Kassab confirmou que está em estudo a desapropriação do Jockey Clube de São Paulo e a possível transformação do espaço em um parque. O Jockey Clube deve aos cofres municipais algo em torno de R$ 150 milhões em impostos e o terreno é avaliado em R$ 300 milhões. A jogada seria assim: a prefeitura perdoa a dívida e paga ao clube o restante, algo em torno de R$ 150 milhões. As atividades do Jockey seguirão normalmente.

Na inteligência

Ficaremos com essa bizarra solução política e administrativa: a prefeitura abre mão de R$ 300 milhões, equivalente a mais de 210 anos de prejuízo do Pacaembu, arca com a manutenção de um novo parque - quanto custará por ano? - e se livra administração do Pacaembu.

Do outro lado, um espaço público com piscina e quadras aberto a todos os cidadãos será privatizado e o Jockey Clube, num passe de mágica, manterá suas atividades, embolsará R$ 150 milhões e se livrará de cuidar do restante da área.

Sorria meu bem, sorria.

Rio

25 de mar. de 2009

Quem te viu, quem te vê



Dr.Tupi

A Formula 1, aquela velha Formula 1, aquela que um dia esbanjava dinheiro com gastos astronômicos nos simples desenvolvimento de uma maquina que nada produz, nada salva e nada diz, apenas funciona por 1 hora e 30 minutos, agora essa Formula 1 esta em recessão, se adaptando ao mundo REAL; em bom português, acabou a alegria. Redução no salário dos pilotos, redução na carga horária de trabalho, nada de viajar de business class agora só classe econômica e já avisaram o pessoal da cozinha que carne agora só frango nada de bife. E isso ai, a Formula 1 virou Brasil minha gente!!!
Nada mal devo dizer, por que o único esporte que parece não viver na atual situação econômica e por coincidência irônica e triste e o esporte mais popular do mundo, e o futebol. Se há 10 anos já não fazia sentido pagar o que se pagava por um jogador, agora então..... O pior e que esses valores nunca se transformam em qualidade de jogo. Basta olhar para o Robinho, que mais parece carro da Chevrolet em 1986, custava muito caro para comprar e depois de um ano não vale picas e so da dor de cabeça na hora de vender.
E tenho dito.
* Só mais um coisa, essa historia de piloto ser amigo do outro, de piloto dizer que aquele outro piloto e muito simpático me faz pensar, isso e F1 ou um clube de campo? Por que Piquet, Lauda, Prost, Mansell e Senna eram um poço seco de simpatia. Fica ai um toque para Massa e Barrichello nesse fim de semana na Austrália.

23 de mar. de 2009

Bacalhau a Dentinho



Olmeca de Tlachtli

E o peixe grelhou. Ou melhor, assou.

Surge mais um prato na vasta culinária lusitana – Bacalhau a Dentinho. Em Portugal, muitos dos pratos tradicionais levam nomes de seus criadores. Ontem, não foi diferente.

No clássico da semana, Corinthians e Santos mostraram muita força de vontade, respeito e marcação cerrada!

Era o duelo de Neymar+io X Fenômeno, mas nessa festa quem brindou Iemanjá foi o Dentinho.

O jogo começou acelerado, com o timão mais presente no campo de ataque, jogando em casa e com o apoio em massa da fiel torcida. Já o peixão, esperava uma boa chance de encaixar um contra-ataque.

Numa bela trama do ataque do Corinthians, Douglas colocou a bola de forma sensacional, na cabeça de Dentinho, que não perdoou o Fábio Costa Hooligan e fuzilou de cabeça no canto esquerdo do goleirão.

Timão 1 x 0 no peixão.

O jogo seguiu morno até o intervalo, emoção mesmo, somente no lance em que Christian poderia ter sido preso pelo juizado de menores, ao claramente agredir o menino da vila, Neymar. Lance, aliás, completamente desnecessário. Típico de garoto do colegial – ops, ensino médio! - querendo dar uma de fodão com o meninão do ginásio – oops, ensino fundamental! - que começou a botar as asinhas de fora. (Sim, trauma de colégio, e daí? O desabafo valeu. Obrigado Dr. Ciro Bala!)

Já o segundo tempo começou em ponto de bala! O Santos partiu pra cima babando, e num belo lance do ataque, Neymar recebeu na cara do gol, mas, como falado na última coluna, o menino ta precisando de Toddynho + óleo de fígado de bacalhau, pra ver se ganha uma “sustânça”. Tadinho, até mordeu os beiços pra chutar com toda sua força, e o que aconteceu? Hein? Hein? O chute foi de dar dó, mandou o chamado “chute mixirica”, fraquinho, fraquinho, e aí ficou fácil para o Felipe.

Ronaldo ficou paradão lá na frente, e sempre que pegava na bola tentava partir para cima dos zagueiros, sempre levando perigo, mas ainda falta ao fofômeno um estímulo, digamos, extra. Eu sugiro colocar um belo X-Bacon atrás da meta adversária e uma Coca-Cola – light, claro! Ou zero? – e aí veremos o assombroso atacante dos velhos tempos.

Ainda deu tempo para uma lambança do árbitro Rodrigo Cintra, que chegou a inverter um lateral a favor do timão, sem motivo algum, e ainda deu uns quatro minutos de acréscimo. Fanfarrão!
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Também no Domingão (pã-pã-pã- na na rã! O Loco, meu!), o São Paulo vacilou, ao perder inúmeras chances contra o bom time do Paulista.

Rodrigo abriu o placar num bate-rebate após o escanteio cobrado da direita. Zé Carlos - que causou o jogo inteiro - empatou em uma bola que sobrou limpinha, depois de cruzamento da esquerda.

Impressionante o fair play nessa partida! Eu nunca havia visto uma variedade tão grande de golpes, e de modalidades diferentes. Sensacional. Me senti numa jaula de Vale-Tudo.

Futebol que é bom, vi pouco. Paulista 1 x 1 São Paulo. E o tricolor manteve-se na 3ª colocação.
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Já no sabadão, o palestra também empatou com o aguerrido time do Guaratinguetá.

O Guará abriu o placar com o excelente Wellington Amorim, e vinha jogando muito bem, até que o Palmeiras encaixou um bom golpe e empatou o jogo com Diego Souza.

Pelas circunstâncias da partida, o empate foi um bom resultado para o mais líder do que nunca, Palmeiras.

Detalhe: o Ortigoza realmente ta mais para URtigoza...vai jogar mal assim lá em Ortigoza...

Guaratinguetá 1 x 1 Palmeiras
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Cornetadas:

E a Lusa dançou o vira!!! Com a boa vitória de ontem, a Portuguesa se estabeleceu de vez no G4 e divide com o sampa a terceira posição, com 30 pontos. O Santos que se cuide, pois Santo André também está mirando essa quarta vaga! Emoção garantida para as próximas rodadas!

No Rio – pra variar – um clássico de Kung-Fu, estilo zangão. Flamengo e Vasco conseguiram a proeza de terem praticamente um time inteiro de jogadores expulsos!!! (cinco, no total). E, antes que virasse futebol de salão, o juizão deu o chamado apito final, ou melhor, o mate (se pronuncia Matê, ok?).
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E assim caminham as Artes Marciais e o Futebol, cada vez mais em harmonia.

o que abunda



Fernanda Pompeu

Faxina é sempre bom. Ela tira coisas do caminho. Diria que é
um abre-alas para a liberdade. O princípio da faxina é mandar a poeira às favas e pôr cada coisa no seu lugar.
O imbróglio esquenta quando percebemos que temos muito mais coisas do que lugares. Haja metros quadrados para abrigar tantos exemplares! Trecos formam dinastias inteiras.
Uma pendrive de 16GB encontra um pendrive de 8G e geram uma necessidade de pendrivezinhos. Um para o trabalho, outro para assuntos pessoais, mais outro para fotografias, um último de reserva.
A exemplo da anciã Feira de Utilidades Domésticas, acho que está na hora de inventarmos a Feira de Inutilidades Cibernéticas (FIC).
Celulares e baterias falecidos - a grife da maioria é de 6 meses - ficam esperando a tumba apropriada, pois não devemos contaminar o lixo comum. Corolário: precisamos de um bunker doméstico para entrincheirar tranqueiras tóxicas.
Nua e crua a verdade é que acumulamos coisas demais. E para nada. Vale lembrar que os caixões são estreitos, feitos para caber um corpo com sua alma gorda ou magra.
Talvez o contraveneno seja o desapego pregado pelos zen-budistas, ou a simplicidade perseguida pelos sábios. Menos é mais. Dois vira três. A totalidade? Algo aparentado com o vazio.

21 de mar. de 2009

Matando saudades da censura


Matando saudades da censura



Hector Plasma

Para quem não conhece, a surrada censura está de volta.

Durante séculos ela tem feito vítimas famosas. O caso mais emblemático foi do filósofo grego Sócrates, condenado a beber veneno por suas idéias. Isso foi em 399 AC.

A igreja católica também tem uma bela ficha corrida na arte de censurar. Em 1159, sob o comando do Papa Paulo IV, é editada a primeira versão do Index de livros proibidos. A lista só foi abolida em 1966 depois de mais de 20 atualizações. Os nazistas adoravam queimar livros em praça pública, histórias de censura é o que não falta.

No Brasil não foi diferente. O "Correio Braziliense", primeiro jornal brasileiro lançado em 1808, era editado na Inglaterra para fugir da censura imposta pela Corte Portuguesa.

Teoricamente a censura no Brasil tem fim na Constituição de 1988.

O artigo 220, garante que a manifestação do pensamento não sofrerá nenhuma restrição e, nos parágrafos 1º e 2º, veda totalmente a censura, impedindo até mesmo a existência de qualquer dispositivo legal que "possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística, em qualquer veículo de comunicação social".

Não termina aí. O inciso IX do artigo 5º é explícito: "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença".

Mas não é o que acontece. Contraditoriamente, O Rei Togado Gilmar Mendes, presidente do STF, que por obrigação tem o dever de zelar pela Constituição (artigo 102), ordenou (rei ordena) a retirada de uma entrevista do site da Câmara Federal onde os jornalistas Leandro Fortes (Carta Capital) e Jailton de Carvalho (O Globo) discutem e desmontam detalhes do caso Satiagraha, da CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, as ações contra Protógenes Queiroz e do suposto caso da suposta gravação sem áudio que o Rei Togado supostamente tenha sido vítima.

Imediatamente o presidente da Câmara, Michel Temer, que também parece desconhecer a Constituição, justificou o sobrenome e executou a ordem (súditos executam) .

Parece pouco, os jornalistas não são um "Sócrates", O Rei Togado Gilmar Mendes também (ainda?) não é um Papa. Mas o fato é grave. Em casos de censura e briga a gente sabe como começa, mas não como termina. Se você, caro e escasso leitor, tem um desejo latente por coisas proibidas satisfaça-o aqui:


PS: Sabia que você não pode assistir o documentário “Muito além do
Cidadão Kane”? Pois é, a Rede Globo conseguiu impedir na justiça a exibição no Brasil
desse filme produzido pela BBC em 1993. E até hoje assim segue.
Dê uma espiada: http://www.youtube.com/watch?v=JA9bPyd1RKQ

20 de mar. de 2009

Os ingleses realmente sabem o que é uma crise financeira?



Dr.Tupi

Por aqui e só disso que se fala, o famoso “credit crunch” ou em português- crise financeira globalizada e generalizada. Estão todos em pânico na terra da Rainha, medo de perder o emprego, medo de perder a casa própria, medo e mais medo. Os jornais só falam disso, a palavras credit e crunch estão estampadas em quase todas as paginas dos jornais, até em seções mais banais como bem estar ou o caderno infantil. Enquanto os ingleses apertam o cinto, e alguns perdem seus empregos vejo que, apesar de todo esse alarde, o dia dia não mudou em nada. O preço da passagem de ônibus continua o mesmo, o preço da carne também, e o serviço de saúde publico continua grátis e o melhor da Europa. Bem esqueci de uma coisa teve um aumento sim, um aumento muito importante para os ingleses, o aumento da taxa da licença da televisão....... Isso mesmo por aqui para ter uma televisão na sua casa você precisa ter uma licença. E assim que eles conseguem financiar a rede publica de TV e radio e apoiar programas educativos e manter uma certa qualidade na programação. Essa rede publica chama-se BBC. Já ouviu falar? A licença aumentou 20 libras esterlinas.....
Por isso tudo eu me pergunto os ingleses sabem o que é uma crise financeira? Por que de guerra eles entendem e como entendem, já passaram por duas guerras mundiais, até ataque terrorista os ingleses já sentiram na pele, mas crise financeira de verdade só mesmo Latino Americano. O bom brasileiro sabe o que é crise, sabe o que é não saber o que vai acontecer com o seu dinheiro que estava seguro na poupança do banco, ter que pagar o dobro da passagem de ônibus em menos de um ano, trabalhar 13 horas a mais por semana para poder pagar o colégio das crianças por que e impossível não mandar os filhos para o ensino privado por que o ensino publico esta morto e enterrado. etc, etc......
Quero dizer é que esse credit crunch vai passar, alguns vão perder emprego, algumas multi nacionais vão sucumbir, e quem sabe surgirá um olhar mais prudente dos donos do mundo de como gastar a fortuna de poucos usando a pobreza de muitos.
E tenho dito.

19 de mar. de 2009

Não gozareis



O gringo ignorante

No primer mundo a queda de cristãos praticantes é importante e o vaticano vê na África uma importante reserva de fieis (no 2007 na África os fieis aumentaram 3% e no resto do mundo não houve crecimento). O papa chegou lá espalhando a sua palavra sempre tão conciliadora, prudente e atualizada. Pessoas de todo os cantos do mundo trabalham ali faz anos e anos contra o HIV -25 milhões dos 33 no mundo de infetados são africanos- gerando campanhas e consciência na população, e de repente, chega um líder espiritual cheio de receitas ocas falando que os preservativos pioram a situação: abstinência e nada de abortos.
O qual é bastante fácil se você mora no vaticano, entre obras de arte imponderáveis e capelas de ouro. Eu, que penso que o luxo num mundo de pobres é imoral, sentiria vergonha de falar sobre a pobreza.
A sua missão não é “propor aos africanos novas formas de opressão política o econômica....mais oferecer a alegria, a justiça e a paz do reino de Deus”. Não só querer impor as práticas da sua cosmovisão (abstinência, ascetismo, heterosexualidade, etc) ao mundo todo mas ainda repete a mais nociva máxima do cristianismo: renuncia a essa vida. Não pense, não modifique, não procure mudanças.......procure uma alegria ilusória vinculada a um outro mundo. O papa nega ser um ator político, nega o poder político da religião, quando de fato hoje e historicamente esse poder atua visivelmente. Com o poder e dinheiro do vaticano, ele poderia seriamente mudar a realidade. Mais isso não está nos planos do administrador do céu, a pobreza e desesperança são necessárias no seu projeto.

18 de mar. de 2009

Clô



não me pergunte, mas eu tinha uma carica do Clô

16 de mar. de 2009

Se é bom para os EUA é bom para o Brasil


Hector Plasma

Quando o general Juracy Magalhães, recém-empossado embaixador do Brasil nos EUA, disse em junho de 1964 “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” ficava clara a submissão brasileira aos desejos dos EUA.

Mas a mesma frase dita hoje teremos outro significado. Basta ver com que rapidez e precisão a Justiça dos EUA aplica condenações dentro do Estado Democrático de Direito.

Não estou falando da prisão do ex-grande guru do mercado financeiro Bernard Madoff, que aos 70 anos saiu algemado após declarar-se culpado dos golpes aplicados e ter sido encaminhado para uma cela de 6 metros, mesmo não tendo sua condenação “transitada e julgada”.

Falo de uma leva de brasileiros que conheceu a Justiça.

O casal Sonia e Estavam Fernandes em menos de 8 meses foi condenado a 5 meses de prisão domiciliar e 140 dias de cana e mais dois anos de liberdade condicional. Além de terem de usar uma pulseira no tornozelo que monitoram seus passos.

Mas a Justiça foi ‘humana’ e permitiu que cada um revezasse o tempo na cadeia por causa dos filhos. Foi humana, mas não deixou de fazer justiça. E olhe que toda essa pena foi só por causa de US$ 56 mil sonegados às autoridades.

Quando alguém no Brasil iria cumprir pena por portar algo em torno de R$ 130 mil não declarados?

Outro que está nas barras da Justiça dos EUA é o piloto Hélio Castroneves. Ele é acusado de sonegação fiscal e evasão de divisas. A promotoria pede uma multa de US$ 2,5 milhões e até 35 anos de prisão. Sem choro nem vela.

O indefectível Daniel Dantas também conheceu a secura da Justiça dos EUA. Em 2005 o juiz Lewis Kaplan, de Nova York, em ação do Citibank contra o Opportunity, disse claramente "Isso cheira roubo. O que vejo é que seu cliente [Daniel Dantas] quer uma compensação para sair quieto do negócio. Não há defesa aqui". Além disso, já teve bens bloqueados nos EUA.

Depois desses exemplos fica claro que a Justiça brasileira é um grande colchão para os sonegadores e outros tipos de criminosos do colarinho branco ao oferecer um labirinto processual para se safarem da condenação.

Para piorar, no caso da Satiagraha, temos uma situação inédita, os investigadores agora são investigados. E o bandido Daniel Dantas, já condenado a 10 anos de prisão, conta com a ajuda dissimulada do ministro do STF, Gilmar Mendes, e com a cumplicidade da revista Veja e outros órgãos da grande imprensa nacional.

Enfim, só nos resta confiar nas Justiça dos EUA, quem diria?

Neymar+io?



Olmeca de Tlachtli

E surge mais uma estrela no futebol nacional. O menino Meymar, garoto talentoso, driblador e muuuuuuuuuito fransino, de apenas 17 anos, começa a dar as caras no time profissional do Santos.

A camisa do peixão não pesou para o menino, que possui inúmeras semelhanças com Robinho, desde sua habilidade acima da média e, claro, seu peso abaixo, digamos, da média da linha de pobreza da Etiópia.

O pior é que querem que isso fique ainda mais evidente, e lhe dão uma camiseta tamanho P adulto, e claro que deveria ser P infantil, fazendo com que o menino (sem)Sustagem fique parecendo um cabide correndo em campo. Quando se trata de Neymar qualquer grama conta, com variação de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fora o momento Ronaldo Ésper, o garoto jogou um bolão contra o limitado time do Mogi Mirim, e fez a diferença com as ausência de Madson e Kleber Pereira.

Belo passe de Roni para Neymar + io mostrar seu faro de gol e fazer seu primeiro gol pelo Santos! Surge, sem dúvida, um jovem ídolo para a torcida da baixada santista.

Grande partida também de Paulo Henrique, ou “Ganso”, como ele prefere ser chamado. Realmente ele desequilibrou e abriu a porteira para o time Santista, num rebote gerado por um chute de Germano.

Roni também deixou o seu, após cruzamento milimétrico de Luizinho.

Final da pelada na Vila Belmiro: 3 x 0, com direito a vibração da torcida pela atuação (?) de Giovanni, eterno Messias da Vila.

AH! O Corinthians! Não entrou em campo ontem contra o Santo André, que defendia uma invencibilidade de dez jogos em casa sem sequer empatar.

Jogo fraquinho, fraquinho. Parece que o timão virou timinho sem a presença do imponente fenômeno. Souza, fez sim sua função de pivô, de pivô de pebolim, porque não se mexeu um minuto! Parecia um poste! Incrível como está numa fase terrível, acho que até sua sombra consegue marcá-lo.

Jorge Henrique, o marrentinho-carioca, parecia um bibelô-anão em campo, desfilando com elegância seu petinho de pombo. Futebol que é bom, o merrrrmão não conseguiu mostrar. Péssimo, saiu no intervalo.

André Santos e Dentinho foram os mais lúcidos no time do Corinthians. Eles criaram boas jogadas, e em um lampejo de Douglas, um passe sensacional para a finalização de Dentinho, que na dividida com o goleirão Neneca, tocou involuntariamente na bola, levantou-se e fez o gol. Gol mal anulado pelo juizão Wilson Luiz Seneme.

Pelo lado do ramalhão, ele! Marcelinho Carioca, aos 38 anos, o eterno pé-de-anjo, comandava o time do Santo André, com bons passes, e claro, levando muito perigo nas bolas paradas.

O goleirão Neneca também se destacou pela segurança que transmitiu para a equipe durante toda a partida.

Destaque também para Fernando, que aos 41 anos anulou o meio de campo do timão. Que pulmão, vovô!!

Final de jogo em Santo André, 0 x 0 no jogo dos matusaléns.

Veja.


Já o São Paulo não teve tantas dificuldades para bater o Marília, que apenas contou com o arisco João Vitor para bagunçar o coreto da zaga tricolor.

Dessa vez, Uóxito não perdoou, e fez mais um para o tricolor! Belo passe de Borges, que nessa partida resolveu utilizar a técnica do “Passe Cagado sem Responsa”, e somente serviu os companheiros com passes mega cagados, e, dessa vez, açucarados!!

Hernanes. Esse é o cara no tricolor! Como joga bola, dribla, desarma, passa e finaliza como poucos! O garoto faz a diferença e comanda o meio de campo são paulino. Ontem, não foi diferente e abriu o marcador com um golaço.


Final no Morumbi: 3 x 0. O estilo desse time do tricolor lembra muito o da seleção de Parreira, que era chamada de “Snake team”, por tocar muito a bola, se fingir de morta e dar um bote fatal (não “bofe fatal”, viu Ricky?) no time adversário.

Veja.



No sabadão, o Palmeiras não teve trabalho para derrotar o bom time do Barueri, por 3 x 0, com direito a golaço do Keirrison Sucrilhos, o K9!

A formação 4-4-2 utilizada pelo “Pofessô” Vanderlei, tornou o time mega ofensivo, deixando muita liberdade para Cleiton Xavier e Diego Souza armarem o jogo.

Com certeza foi um ótimo laboratório para definir a formação que enfrentará o perigoso time do Sport, na Ilha do Retiro, pela Libertadores.

Veja.

12 de mar. de 2009

três moçoilas




Fernanda Pompeu

Uma pedra é uma pedra. Uma rosa é uma rosa. Já a definição do que seja antigo é volátil. O mofo tem lá suas subjetividades. O que parece mais velho: um bonde ou uma rural willys?
É claro que o google dirá que é o bonde. O primeiro bonde elétrico data de 1879; a rural é de 1946. Mas não se trata de datas. Trata -se de sensações.
Por exemplo, existe coisa mais antiga do que um monitor de fósforo verde? Mais antiquada do que um disquete verbatim 5.25? Ou do que uma carrocinha de sorvetes kibon?
Toda essa informação de almanaque é para contar um continho do arco da velha – recordado pela minha mãe na semana passada. É a história de três meninas. E de uma barata.
As três foram a uma festa de salão. A primeira menina levava um anel de madrepérola e, de repente, apontou com o dedo: olha uma barata ali!
A segunda menina estreava um calçado de laço. Bateu com ele no chão: deixe que eu a esmago com o meu sapato.
Por fim, a última menina não se fez de rogada. Ela trazia lindos brincos mexicanos. Abanando a cabeça, protestou: não mata não. Não mata não!

God save the Prince, God save us all



O gringo ignorante

Os principes ingleses chegaram no Brasil pra falar fundamentalmente sobre a preservação da natureza. Casualmente, um empresário e consultor do primer ministro Gordon Brown, Johan Eliasch, avaliou o ano passado que era possivel comprar toda a floresta amazônica por 50 bilhoes de dólares, estimulando empresários britânicos a comprar terras. A Policia esta investigando (o estava investigando o ano passado, e talvez já tenha desistido algums sobres mediante) a ligação de esse homem na compra de 160 mil hectares em Amazonas e Mato Grosso.
Faz tempo já que o mundo se interessa na Amazônia e sobre tudo, na água do nosso continente. Pouco tempo atrás, a ex primeira dama francesa, Mitterand, chegou promocionando a sua ONG e a gratuidade universal da água. Seria muito bonito, mais não da pra entender por que a França exporta, esto é, vende, água para a Espanha. Sim dá pra entender, mais uma vez, europeus procurando o negocio perfeito a traves de praticas coloniais. Discursos bonitos no tercer mundo, que a gente aqui acha maravilhosos (“a sua cabeça esta cheia de ratos, suas ideias não correspondem os fatos, e o tempo não para...”), quando ninguém acredita em eles no primer mundo: Mitterand, é lá que deve convencer ao pessoal!
Também llegou pra mim um mail onde apareciam descrições e fotos de um livro de geografia primaria norteamericano onde a zona amazônica não pertence a ninguém. E um “área de conflito” tipo o Ártico, onde governos “despoticos” e “ignorantes” não conseguem governar e cuidar acertadamente. Um área aberta a sugestões administrativas. A informação não tein uma fonte confiável, mais nem interessa. È só uma amostra a mais o a menos. Uma vez eu pensei que era um pouco paranóico com as pretensões do primer mundo. Mais tarde, vi que essas não tein limites e superam sempre a nossa capacidade de imaginaçao, prediçao e calculo. Para piorar, os nossos governos, so ficam fluindo dentro da rede colonialista.

9 de mar. de 2009

R9



Olmeca de Tlachtli


Imaginem a seguinte cena: Um cara chega na churrascaria e pede uma costela de porco. O garçom prontamente lhe pergunta: “O senhor quer bem passada, mal passada ou prefere ao ponto?”. O cliente responde sem titubear: “Eu quero a moda Ronaldo!”.

Esse é o cara! Ronaldo, o fenômeno. O meninão tem estrela e mesmo visivelmente fora de forma, ainda joga muito mais que todos os outros centroavantes do futebol tupiniquim.

No badalado Dérbi, os dois times claramente se pouparam no primeiro tempo, em virtude de um calor também fenomenal. Conclusão: pouco futebol e muita catimba.

AH! E a camisa do Corinthians tava parecendo um varal, tamanha era a quantidade de patrocinadores! E a do Fenômeno, pelo seu tamanho, digamos, avantajado, parecia um outdoor itinerante.

Já na segunda etapa, o bicho pegou! Logo no início, Keirrison Sucrilhos deu um balão pro meio do pagode Corinthiano e o fanfarrão do Felipe tomou um drible sensacional da pelota, deixando o gol escancarado para o Diego Souza abrir o placar: 1 x 0.

Aí o jogo começou a entrar para a história.

Eis que Mano Menezes chama Ronaldo e assim que o craque entra em campo o jogo mudou completamente de figura.

Logo no primeiro lance o fenômeno mostrou que estava afim da canja e meteu um drible para cima do Pierre, volante do verdão. Em seguinda se livrou do zagueiro e meteu um pombo sem asa na trave do goleirão Bruno.

Depois desse lance, a torcida palmeirense que estava eufórica e entoando em coro o nome do goleiro Felipe, ficou muda. Parecia que sabiam o que estava por vir.

O Palmeiras ainda vinha perigosamente em diversos contra ataques e poderia ter matado o jogo se o garoto sucrilhos tivesse finalizado bem.

Até que Fabinho Capixaba cometeu falta violenta em Dentinho e foi para o chuveiro mais cedo.

Aí, pintou um escanteio da direita e Douglas jogou para a área, e dentro desse pequeno espaço – como ele mesmo disse – ele tem a manha.

Ronaldo meteu uma cabeçada certeira e afundou a rede do goleirão Bruno. Estava decretado o empate histórico: 1 x 1.

O fenômeno foi pra galera e até agora não sabemos se foi o peso dele que derrubou o alambrado ou se foi o peso da multidão enlouquecida que foi comemorar com ele.

Já o São Paulo, com esse empate no Dérbi, tinha a chance de se isolar na segunda colocação, mas o futebol preguiçoso do “mistão frio” tricolor deixou com que o lanterna do campeonato fizesse barba, cabelo e bigode: 2 x 0 para o fraquíssimo time do Mogi-Mirim.


Marcelo Régis! O nome do jogo.


No sabadão, o Santos jogou no Pacaembu, para um bom público, provando que deve sim jogar mais vezes em Sampa.

Destaque para o futebol veloz de Madson, mais uma vez desequilibrando para o peixe. Ah! E claro, para a entrada do “garoto grilo” Neymar, que mostrou muita personalidade e incendiou o jogo com belos dribles, passes e finalizações.

O garoto ainda precisa de muito preparo físico, porque é a capa do frango! Se tivesse ventado muito no Pacaembu, dava até para empinar o Neymar! Mas, nitidamente tem muito talento e se não mascarar vai dar alegrias a torcida santista.

E os quatro grandes fecharam a rodada da forma que ela começou: com o Palmeiras mantendo a ponta isolado, e com um jogo a menos. Seguido de perto pelo Corinthians, São Paulo e Santos.

Dia 08 de Março de 2009 – dia histórico para o futebol brasuca.

6 de mar. de 2009

emoção das coisas



Fernanda Pompeu

Depois dos 50 anos, o núcleo duro da memória se expande numa anárquica rede de recordações. Já não controlamos mais quando e o que iremos lembrar. Ocorrem inesperadas invasões de imagens, cheiros, sons.
Acontece a toda hora. De repente, ao entrar na estação de metrô Vila Madalena, assalta-me a estação de barcas da Praça XV. Ao apertar a mão de um novo conhecido, vêm o rosto de uma antiquíssima amiga.
Os cheiros, então, são passes livres para associações de primeiro grau. A maresia traz um banho de mar na infância; o chanel número 5, aquele beijo roubado; o pastel no óleo, todas as feiras.
Para cinquentões e cinquentonas é ocioso fazer listas. Não haveria suficiente papel no mundo para inventariar filmes vistos, livros lidos, projetos malogrados, sucessos alcançados, medos e coragens sentidos.
Também acontece um troca-troca: cenas se apagam cedendo espaço para outras. No entanto, há três ou cinco imagens permanentes, gravadas a fogo. Uma delas, para mim, é a do homem que fabricava lápis. No caminho do grupo escolar, eu dava uma paradinha e, na ponta dos pés, espiava pela janela a minúscula oficina.
Adorava observar o mágico do grafite. Ele era velho e compenetrado. Talvez por conta dessa gota de memória, eu - que abri mão de todas as coleções - ainda mantenha, sobre a mesa de trabalho, uma trintena de lápis.

5 de mar. de 2009

Nao deixe a múmia morre



O gringo ignorante

Nao deixe a múmia morrer

O Estado de Sao Paulo (hate that shit!) do Domingo passado, publicou uma outra resenha editorial criticando acriticamente a Cuba e o governo brasileiro por ter deportado dois atletas cubanos que fugiram no Rio durante os jogos panamericanos 2007.
As múmias que escrevem aquela editorial baseiam seus freqüentes criticas ao governo cubano nos conceitos de liberdade e direitos humanos. Eu vou lhes-dizer qual é o único governo do continente americano que respeita os direitos humanos FUNDAMENTAIS: Cuba. Direito de moradia universal, é difícil ver alguém dormir na rua por não poder pagar um aluguel. Direito de alimentação, pode ser chato comer arroz e feijão todos os dias, mais pelo menos tem o que comer (e você não faria o sacrifício de comer sempre as mesmas refeições a cambio de ninguém morrer mais de fome?). Direito à saúde, nem preciso falar sobre gratuidade e acesso universal, até os yanquis vão na ilha a se tratar quando não conseguem pagar no seu país. Direito à educação, La Revolución não só erradicou o analfabetismo como deu gratuidade nos estudos de todo tipo, ainda os universitários. E mesmo hoje, como o país em crise e o mundo caindo a pedaços, é difícil achar um fazendeiro que não tenha estudos, e muitos, estudos universitários.
Na Cuba teve fuzilamentos, corrupção, leis injustas. Não tivemos no resto da América? Não temos hoje? Não vou defender tudo o que o governo da ilha fez, estou falando de não se deixar enganar pela propaganda anti-cubana dos meios de comunicação, que sempre respondem a grandes intereses, e que fica repetindo as mesmas consignas pra desacreditar um tudo muito mais complexo.
Além disso, não dá para pensar a liberdade na Cuba com os nossos parâmetros. Não existe um código legal burguês e individualista: liberdade de comprar, viajar, publicar. A Cuba revolucionaria foi um sonho de conjunto, de trabalho em equipe. E forjou uma sociedade igualitária se-opôndo as nossas visões liberais. Quase não tein jerarquias, a desigualdade é mínima (o era, porque agora tudo está mudando). Não tein outro povo onde o sonho da igualdade tenha ficado tão perto de se conseguir. Taxas de criminalidade, mortandade, natalidade que parecem de um outro planeta.
Existe um ódio contra o sonho cubano injustificado. Tudo mundo fica fofocando dos erros de aquele governo passando por alto inúmeras virtudes das que poderíamos muito aprender. As múmias da nossa cultura tentam silenciar o direito a sonhar e a forjar mudanças. Fique longe dos egipticistas.

2 de mar. de 2009

Giovanni: Testa de Aço!



Olmeca de Tlachtli

UALÁ!

Povo boleiro, hoje ao invés de focar a coluna no clássico SANSÃO, irei – com todos os méritos – dar o título mor de cagadisse aguda ao estrogonoficamente mão-santa – e cabeça santa! – goleirão do poderoso Marília: GIOVANNI!

Unfuckingbeliavable part II: The return of the fallen Caipira Goalkeeper (eu sei, nesse eu me superei). Meu pai do céu! O que foi o goleiro do Marília no jogo de ontem contra o Corinthians, lá em Marília? O cara tomou uma joelhada no meio da jaca, ficou desacordado, levantou, caiu de novo, fez cera, voltou de novo e mesmo completamente zureta, o cara fechou o gol de forma sensacional contra o desajustado time do timão.

O Marília abriu o placar com um cruzamengol – mistura de cruzamento com chute – do Fabiano Cagadelha – que aliás joga muito bem! – que acertou um chute – ou errou um cruzamento? – que acordou a coruja no ângulo superior esquerdo da meta do Felipe.

Merecido. Pois até aquele momento o timão não havia feito nada, e simplesmente se rendeu a forte marcação do Marília, que após o bate-rebate de um escanteio duvidoso, conseguiu abrir o placar.

Mas, antes um lance me chamou a atenção para o que seria o segundo tempo: Otacílio Neto – a Franga Fênix, lembram? – ressurgiu das cinzas – novamente - e roubou a bola do lateral do Marília, ficando cara a cara com o Giovanni, bateu com categoria, e? e? E? Giovanni praticou um milagre!

Começou o segundo tempo com duas mudanças no timão: entrada de Jorge Henrique: a formiga atômica, e Elias, o meninão.

O Corinthians passou a jogar com muita velocidade, e num lance de rápida triangulação do ataque do timão, Dentinho recebeu passe açucarado de Douglas, mas chocou-se com o Giovanni! No choque pudemos notar a violência da joelhada na moringa do Testa de Aço, que após a pancada, resolveu tirar uma onda com as cócegas causadas por Dentinho: note que no lance ele leva a joelhada e – desdenhando – dança break com muita elegância.

Aí foi que o barraco desabou.

Giovanni, após ter seu sistema de auto-defesa ativado pela maléfica joelhada de Dentinho, praticou sucessivos milagres, fechando o gol e garantindo o empate para o combalido time de Marília.

Sim, o empate. Pois vejam só, o nanico Jorge Henrique conseguiu furar a genialidade de Giovanni e após belo cruzamento de Douglas, escorou de cabeça para o fundo das redes do trepidante goleirão. Era o empate quase impossível.

1 x 1 com direito a Show do Giovanni, a nova lenda do futebol paulista.


Já no clássico SANSÃO - Santos x São Paulo – quem fez a festa foi o Molina, que abriu o placar após um malabaris muito bem executado por Roni, que desde seus tempos de farol não fazia algo tão relevante ao futebol, com o chamado “gol cagado circense”, que é aquele em que o atacante não tem a menor idéia do que fazer com a bola e numa tentativa desesperada de se livrar da pelota, tira o foco da sua falta de habilidade e mete o bico nela de um jeito bizarro, sempre na esperança de encontrar alguma alma no meio do pagode para finalizar e se consagrar com o lance “genial”.

O São Paulo foi dominado em boa parte do jogo, pois Vagner Mancini conseguiu armar bem a equipe do Santos, e jogando na Vila, fica sempre mais complicado.

Ainda assim, o tricolor alternou bons lances contra o peixe, e só não empatou o jogo pois Léo salvou cabeçada de Washington em cima da linha, e após a plástica do lance de Roni no ataque, o trio de defesa do Santos resolveu mostrar o que aprendeu com os salários atrasados na Vila: um show de malabaris na pequena área, com direito a um triple jump bicicle kick, de causar inveja a trupe do Cirque du Soleil. Sensacional.

Fim de papo: 1 x 0 para o Santos, que se não jogou maravilhosamente bem, fez o que se esperava de um time grande jogando em casa: venceu. Cabe ao tricolor do Morumbi se preparar para o jogo do meio de semana na Libertadores.

No sabadão, o verdão sofreu para vencer o medíocre time do Guarani, 1 x 0 num jogo triste demais – quase chorei – com um gol de David.

Agora, o G4 está cada vez mais próximo de mostrar o mata-mata: os quatro grandes e a Lusa correndo por fora!

Comoção seletiva



Hector Plasma

São Paulo é uma cidade que não se comove.

Por isso causa estranheza a comoção desmedida pelo ocorrido no lago do parque da Aclimação. Desde que secou tenho recebido diversos e-mails de pessoas indignadas. Sem falar na extensa cobertura da imprensa.

Estranhamente, a cidade não se comove por outras devastações ecológicas. Por exemplo, no ano passado a prefeitura revogou dois decretos que decretavam alguns terrenos de utilidade pública para se transformarem em parques.

Um deles é uma área da PUC localizada na rua Augusta com Caio Prado. Do terreno, com 695 árvores remanescentes da Mata Atlântica, surgiria o Parque Augusta e abrigaria o Museu da Música Popular Brasileira. Numa canetada, Kassab anulou o projeto e da terra brotarão prédios.

Outro caso foi em Pirituba. Uma área verde equivalente a um parque da Aclimação e meio (180 mil metros quadrados) que antes seria destinado a outro parque também sofreu com a caneta de Kassab. Resultado: serão construídos 14 prédios e um shopping. Do total apenas 7.800 metros quadrados serão mantidos intactos.

Kassab parece um médium (ou é?), que com sua caneta psicografa os desejos das grandes construtoras. Tô errado?

Além disso, a Serra da Cantareira vem sofrendo cada vez mais desmatamentos. Os responsáveis não são aqueles abjetos fazendeiros feios, sujos e malvados que desprezamos quando aparecem na TV, mas cidadãos branquinhos e ricos que devastam para construir suas casas de veraneio e depois aparecem em revistas especializadas em bem-estar como pessoas que sabem viver em equilíbrio com a natureza.

Portanto fica a lição: a comoção só ocorreu pela imagem “forte” dos gansinhos e patinhos desolados no meio da lama e por ter acontecido em pleno carnaval onde reinava a pasmaceira nas redações.

Para o pessoal da região da Aclimação, onde Kassab teve 82% dos votos, só resta a dizer: sorria meu bem, sorria!

PS: se em Portugal um lago secasse durante as chuvas seria motivo de piada.. Vale ressaltar a explicação (?) do Kassab para o ocorrido. Para ele não foi falta de manutenção do maquinário, mas desgaste natural do equipamento. Prefeito, para que serve a manutenção?