31 de out. de 2008

Hoje

Com tantas bruxas à solta o melhor mesmo neste 31 de outubro é celebrar o Saci Pererê. Afinal, o Halloween representa o que existe de pior na geopolítica, uma invasão cultural sem precedentes e o seqüestro do nosso imaginário.
O Saci foi lançado candidato a mascote da Copa de 2014. Teve quem bateu palmas, teve quem botou pra fora uma tonelada de preconceitos. Um perneta pra mascote de campeonato de futebol? Um negrinho que fuma? O Saci tem uma perna só, que usa com destreza e agilidade, e nem precisa da outra, para o arrepio das fábricas de chuteiras como a Nike. E se fuma, qual o problema? Tabaco faz mal para a saúde dos seres humanos, não dos mitos como ele.
Viva o Saci Pererê, duende genuinamente brasileiro, legítimo representante da nossa cultura popular, alegre e brincalhão.

Vladimir Sacchetta, saciólogo

Sacis, sim sinhô!




alguns exemplares criados por gente acima de qualquer suspeita
Ziraldo, Lobato, Tarsila e Angeli

27 de out. de 2008

A BIENAL ESTA AÍ. E DAÍ?


por GABRIELA LAURENTIIS na Caros Amigos de Outubro

Não sabemos exatamente como será a 28ª edição da Bienal de São Paulo, uma das mais badaladas do mundo, com mais de meio século de existência. Mas sabemos que, tendo à frente um presidente sem legitimidade, ela custará 10 milhões de reais, em vez de artes plásticas apresentará “discussões”, peças de teatro, artistas performáticos, música, cinema, e terá o segundo andar inteirinho vazio.

Entre 26 de outubro e 6 de dezembro de 2008, quando entrarmos na 28ª Bienal de São Paulo, ao contrário das outras 27 edições, não encontraremos os famosos pavilhões do Ibirapuera cheios de obras de arte.
Decepcionante, essa é a melhor palavra para descrever a próxima Bienal. De dois em dois anos São Paulo é palco de um dos maiores eventos de arte do mundo, com obras de artistas brasileiros e internacionais.
Para aqueles acostumados a entrar no primeiro andar da Bienal e logo de cara ver diversas obras expostas, este ano será frustrante: no lugar de arte, haverá uma livraria, pontos de encontro, banheiros e lanchonetes. Os caixilhos e vidros que fecham o térreo e o primeiro andar serão removidos, dando lugar a uma praça, também sem obra de arte alguma. É verdade que ali ocorrerão discussões, apresentações teatrais, musicais, perfórmances, sessões de cinema. Mas a Bienal de São Paulo não é uma mostra que pretende expor artes plásticas?

Claro, podemos dizer que o conceito do que sejam artes plásticas mudou e não se restringe mais a pintura e escultura. Contudo, o que a 28ª Bienal sugere é que elas deixaram de existir, e agora tudo se resume a vídeo-arte e instalações.

21 de out. de 2008

Ado, ado, ado. Cada um no seu quadrado



Hector Plasma, um fantasminha tirando esqueletos do armário.

GATE da PM ou GOE da PC?

Mais do que uma sopa de letrinhas estamos falando de competências. Ou como se diz por aí, 'ado, ado, ado, cada um no seu quadrado'.

Segundo o site da PM o Gate é um grupo especializado em "agir como tropa de choque em situações específicas, tais como patrulhamento a pé e radiopatrulhamento com cães, operações de busca de pessoas desaparecidas, busca e captura de marginais, periferia da região metropolitana. Policiamento executado por ocasião da realização de detecção de tóxicos, policiamento montado em atendimento às áreas de maior incidência criminal, enfaticamente em eventos esportivos, artísticos, culturais e religiosos, nos principais estádios e ginásios de esportes".

O GOE da Polícia Civil é um grupo de elite preparado para "prestar auxílio às unidades policiais convencionais em ocorrências de alto risco, intervenção em ocorrências policiais com reféns e rebeliões no sistema prisional" [grifos meus].


Fica claro que o grupo específico para o caso de Santo André era o GOE, da Polícia Civil. Mas ela está em greve há mais de um mês. Será que não foi chamada por causa disso?

Contraditoriamente, o GOE foi acionado pela cúpula da Segurança Pública para conter as manifestações dos grevistas da Polícia Civil. Deu no que deu.

Quem vai perguntar para Zé Serra, o último dos coronéis, o motivo pelo qual o GOE não assumiu a ocorrência?

20 de out. de 2008

O grande vídeo-game



Por Carlos Eduardo Entini

Com certeza Lindemberg nunca teve um Nintendo ou aparelho semelhante. Em compensação, ninguém nunca teve um vídeo-game como ele, no qual uma partida pôde durar 100 horas e com tamanha realidade. It's show time!


Discute-se a ação da polícia, se deveria ter agido antes ou se um tiro do sniper teria resolvido a questão.
O que não se discute é o show montado pela imprensa. Como teria sido o desfecho se tivesse sido proibida a filmagem do local e da movimentação da polícia? Qual foi o peso que ela deu no resultado?

Muitos podem questionar que a proibição da transmissão ao vivo seria um atentado à liberdade de imprensa. Mas nem todo o direito é absoluto, mesmo os constitucionais.

Com todo o show montado, Lindemberg fez do telefone joysticke. A cada telefonema, no caso jogada, ele podia sentir a reação na televisão e rádio. Ele tinha todo o controle.

Agora sabe-se de uma jogada que talvez teria dado outro desfecho ao caso: ele concordou em soltar as reféns e se entregar caso o promotor divulgasse uma carta em que se comprometia a pedir uma pena leve e que ela fosse lida pelo jornalista da Record Reinaldo Gottino (leia APRESENTADOR DA RECORD PODERIA RESOLVER O SEQÜESTRO? O QUE DIZ SERRA?)

Ou seja, a polícia, a única preparada para esses casos, torna-se o terceiro refém. Naquele momento um repórter surgia como o negociador. É um poder (o 4º?) assumindo outro que não lhe compete (o do 1º).

Os comandantes da operação permitiram, mas instâncias superiores não. Ainda não se sabe quem.

Ficou claro é que um crime - quantos desse não acontecem por aí a fora? - foi transformado em comoção nacional e deu ao criminoso a prerrogativa de controle e pior ainda, deixou a polícia coadjuvante entre o crime e o espetáculo. Ganharam os dois.

Cansado de jogar, restou a Lindemberg queimar as duas vidas que tinha e GAME OVER!

15 de out. de 2008

No jardim do vizinho



Uma boa idéia começa a ser concretizada na Inglaterra. Resta saber para quem.

Gordon Brown, primeiro-ministro da Inglaterra, acaba de receber um relatório sobre a criação de um fundo para pagar os 'donos das florestas' para que eles as mantenham vivas. O fundo seria uma alternativa barata para os países ricos compensarem suas emissões de carbonos. À primeira vista tem lógica: eles compensam aquilo que produzem. Mas resta perguntar aos "donos das florestas" quais serão as restrições em suas florestas. Além do mais, não seria uma intromissão nos países 'donos das florestas'?

Quem mata a charada é Andy Tait, do Greenpeace. Segundo ele, se Brown aceitar essa lógica poderá ser dado o verde para as indústrias usarem o fundo como álibi para continuarem com os atuais níveis de poluição.

Porém, o principal ponto dessa notícia não é o relatório, mas sim quem o fez. O dono da idéia é o milionário sueco Johan Eliasch que possui o equivalente à cidade de São Paulo em terras na Amazônia.

Essas idéias confirmam a máxima que o quintal do vizinho é sempre o mais verde.
Para ler a matéria clique aqui
Sobre o perfil de Johan Eliasch

Hector Plasma- um fantasminha camarada

10 de out. de 2008

Vestibular para um novo tempo


Agora que sabemos tudo ou quase tudo sobre 'subprime' e outras macumbas de Wall Street, podemos fazer um teste de conhecimentos que talvez caia nos próximos vestibulares.
Quem é o autor dessas frases?

Os EUA devem "se liberar da era Reagan em relação aos impostos e a regulação. A baixa dos impostos é uma idéia sedutora, mas ela não estimula necessariamente o crescimento e o autofinanciamento"

"A desregulamentação pode se revelar, como vimos, extremamente custosa."

"Mesmo nos EUA, os inconvenientes da desregulamentação estavam bem claros antes do naufrágio de Walll Street. Durante a última década as desigualdades não pararam de crescer nos EUA, porque os benefícios do crescimento atingiram, antes de tudo, os mais ricos e ao mais escolarizados, enquanto os ganhos da classe trabalhadora estagnaram"

"A economia americana descarrilhou, ameaçando levar o resto do mundo à catástrofe. O pior é que o culpado é o próprio modelo americano, obcecado pelo mantra de sempre: menor intervenção estatal. Washington negligenciou a regulamentação do setor financeiro e o deixou causar um dano considerável ao resto do mundo"

a) O verborrágico coronel Hugo Cháves
b) O índio cocaleiro Evo Morales
c) Francis Fukuyama, que fim deu?
d) O idéologo das classes médias, Ali Kamel
e) Ninguém diria uma besteira dessas

A resposta está aqui

Hector Plasma - Um fantasminha camarada.

8 de out. de 2008

coluna


Enquanto o capitalismo de papel de Wall Street vira pó, um outro tenta se levantar das cinzas

por Hector Plasma

Desde o governo Clinton, os acordos de livre comércio vêm desregulamentando o setor produtivo norte-americano. O resultado foi o sucateamento de boa parte da indústria manufatureira dos EUA. De panelas a carros quase tudo é produzido fora, sobretudo na China. Para os neo-liberais isso é o supra-sumo da concorrência, a depuração do capitalismo. Ficam os fortes e morrem os fracos.

Mas tem o outro lado, aquele que sempre paga a conta. E para esses as coisas tem outro nome, concorrência desleal.

É o que leio, em uma reportagem do Le Monde, o sindicalista Pat Sweeney, de Michigan, tentando colocar as idéias no lugar.

Ele é testemunha da canibalização da produção. Ex-funcionário da GM viu os postos de trabalho na sua unidade caírem de 6 mil, em 1984, para os atuais 2.650. "Quando alguém coloca uma bandeira dos EUA em um carro japonês eu fico doente", desabafa.

O que fazer então? Segundo ele, "fazer um esforço gigantesco para recolocar a indústria no centro do nosso sistema econômico" e "devolver a prioridade ao trabalhador americano. Nós nos transformamos em um povo consumidor de produtos fabricados por outros". Em outras palavras, ele está pedindo aquilo que no Brasil é um sacrilégio só de pensar: regras protecionistas.

Ele explica a lógica. "Se impomos à China e ao México o direito a salários e uma qualidade de produtos equivalentes ao nosso no final das contas eles terão salários sub-valorizados. Eu sou a favor de uma mundialização onde o trabalhador do terceiro mundo alcance o meu nível de vida, não àquele onde meu nível é progressivamente rebaixado ao dele."

Pode-se argumentar que é uma voz solitária vinda de um rincão dos EUA, mas Sweeney traz algumas verdades, sobretudo que o capitalismo ainda é feito com mercadorias, não com derivativos e outras papagaiadas de Wall Street. Além do mais, serão os rincões dos EUA que decidirão as eleições.
Para ler a íntegra (em francês)

Nova Coluna

A partir de hoje, o início do fim do mundo, um espírito vai baixar por aqui. Trata-se de Hector Plasma. Ele terá a função importantíssima de trazer do além aquelas notinhas e informações que andam pairando por aí mas não se materializam nos jornalzões, nem nas telinhas, para não desequilibrar as cabecinhas da opinião pública verde-amarela.

7 de out. de 2008

6 de out. de 2008

3 de out. de 2008