30 de abr. de 2008

25 de abr. de 2008

circo

10 de abr. de 2008

As mulheres da Via Campesina estão certas!


Por João Pedro Stedile na Caros Amigos de Abril de 2008

O Brasil é o maior exportador mundial de soja. Mas quem controla esse comércio são cinco empresas: Bunge, Cargill, ADM, Monsanto e Dreyfus. Há poucos anos, a produção de fertilizantes brasileira era feita pela Petrobras e algumas empresas nacionais. Agora, apenas três transnacionais têm o oligopólio de todos os fertilizantes no Brasil.
As sementes de milho eram produzidas por agricultores e por centenas de pequenas e médias empresas brasileiras. Hoje, cinco empresas transnacionais controlam todo o comércio dessas sementes.
Na maioria dos países, a soja transgênica da Monsanto, que só produz com o herbicida round-up da mesma empresa, está proibida. No Brasil conseguiram liberar.
O presidente francês Sarkozy proibiu o milho transgênico Monsanto 810. Aqui, o governo liberou com votos de sete ministros. A empresa finlandesa Stora Enzo infringiu a lei e comprou 56.000 hectares de terras de mais de quatrocentos proprietários brasileiros na fronteira com o Uruguai, para o monocultivo de eucalipto. No Uruguai, ela já é dona de quase 25 por cento do território.
Três empresas de celulose investiram mais de 500.000 reais na campanha da governadora gaúcha Yeda Crusius. Ela mudou a lei ambiental que impedia a disseminação do monocultivo do eucalipto. E usa a Brigada Militar contra qualquer mobilização social.
A Aracruz roubou em 1969 cerca de 15.000 hectares do tupis e guaranis e instalou sua fábrica em Aracruz, Espírito Santo, em cima do que era a aldeia. Depois de muitas mobilizações camponesas e indígenas, no ano passado a Justiça a condenou a devolver os 15.000 hectares.
O capital internacional quer dominar a produção de etanol no Brasil para exportar para os EUA e Japão. A área do monocultivo de cana deve dobrar de 6 para 12 milhões de hectares nos próximos anos. A Petrobras constrói dois alcooldutos, partindo de Cuiabá e Goiás até Paranaguá e Santos. Está prevista a construção de 77 usinas de etanol, a maioria de capital estrangeiro.
A Syngenta reproduzia sementes de milho transgênico a menos de 800 metros do parque nacional de Iguaçu. Estava proibida essa reprodução e mesmo quando liberada não pode ser a menos de 10 quilômetros de parques.
Com a aprovação do milho transgênico, ele vai se misturar e acabar com as variedades crioulas. Os camponeses perderão a autonomia sobre o principal cultivo do Brasil.
Raras empresas estão cumprindo a lei que estabelece que todas as empresas que usam soja e outros produtos transgênicos devem colocar um símbolo de um triângulo nos rótulos alertando os consumidores. E ninguém faz nada!
A Coca-Cola, Suez (francesa) e Nestlé já dominam o comércio de água potável no Brasil. O litro de água potável é mais caro do que 1 litro de gasolina ou de leite.
Diante desses fatos, que a grande imprensa, esconde da população, é que as mulheres da Via Campesina resolveram se mobilizar. Os governos fingem que não têm nada a ver com isso. Já as empresas mobilizaram rapidamente seus lacaios na imprensa, que vociferaram em defesa da propriedade, da família, da tradição... do capital! Algum dia, todo o povo brasileiro compreenderá o significado da mobilização das mulheres camponesas.

João Pedro Stedile é membro da coordenação nacional do MST e da Via Campesina.

4 de abr. de 2008

Marketing Luther King



Na Folha de 04/04/08

Senador arrecada no mês o dobro de Hillary, sua rival democrata, segundo fontes nas campanhas

Ex-presidente Jimmy Carter dá a entender que votará no candidato, que, nas últimas semanas, recebeu apoio de mais 70 superdelegados DA REDAÇÃO

Se a disputa pela candidatura à Presidência dos EUA segue acirrada entre os democratas a sete meses da eleição, a corrida por doações já parece decidida: Barack Obama lidera com folga de US$ 58 milhões, segundo dados divulgados ontem. O senador por Illinois também não pára de receber apoio de democratas de peso -ontem foi o do ex-presidente Jimmy Carter.
Contando com uma base de doações menores e portanto mais constantes, Obama anunciou que sua campanha arrecadou cerca de US$ 40 milhões em março. O montante é menor do que o do mês anterior, quando levantou US$ 55 milhões, mas é o dobro do que a rival Hillary Clinton recebeu.
Apesar de a campanha da senadora ainda não ter divulgado números oficiais, fontes em seu comitê citadas pela imprensa americana falam em US$ 20 milhões, o que lhe daria um total de US$ 176 milhões até agora -25% a menos do que os US$ 234 milhões do rival.
O virtual candidato republicano, John McCain, também não abriu o caixa, mas seu comitê já declarou que "não dá para competir com Obama" em arrecadação. Em fevereiro ele obteve US$ 11 milhões, somando "parcos" US$ 60 milhões.
A Comissão Federal Eleitoral vai divulgar oficialmente os números de março no dia 20.
"Nós sabíamos que ele [Obama] ia nos superar. Ele nos superou em todos os últimos meses", disse o porta-voz de Hillary, Howard Wolfson.
A senadora tem sofrido pressão dentro do partido para desistir da disputa, sob pena de a troca de acusações interna minar as chances de um democrata chegar à Casa Branca.
Obama aproveita o cofre cheio para aparecer mais em comerciais na Pensilvânia, Estado de maior peso na reta final das prévias partidárias, com 158 delegados. Hillary, que já teve vantagem de quase 20 pontos ali, lidera agora com apenas seis pontos na média das pesquisas para a votação do próximo dia 22.
Obama conta também com cada vez mais apoio entre os superdelegados, membros do partido que compõem quase um quinto dos que escolherão o candidato e que podem votar como quiserem na convenção partidária, em agosto, independentemente das prévias.
Ontem, o ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981) deixou sua preferência clara nas entrelinhas: "Meus filhos são pró-Obama. Meus netos são pró-Obama", disse em viagem à Nigéria. "Como superdelegado, não vou revelar para quem estou torcendo, mas eu deixo vocês adivinharem."
Na últimas semanas, Obama amealhou 70 superdelegados contra 9 de Hillary, segundo projeção do "Financial Times".

2 de abr. de 2008

DENGUE